10 grandes histórias de mulheres revolucionárias que não aprendeu na escola

goo.gl/pvfo1I | Existiram milhares de mulheres que participaram em revoluções ao longo da história, com muitas delas a exercer papéis cruciais. Eis 10 exemplos dessas mulheres revolucionárias de todas as partes do mundo. Por Kathleen Harris.

Toda a gente conhece homens revolucionários, como Che Guevara, mas a história geralmente tende a esquecer as contribuições de mulheres revolucionárias que sacrificaram o seu tempo e as suas vidas na luta contra sistemas e ideologias burguesas. Existiram milhares de mulheres que participaram em revoluções ao longo da história, com muitas delas a exercer papéis cruciais. Elas podem vir de diferentes espectros políticos: algumas armadas com espingardas e outras com canetas, mas todas lutaram muito por aquilo em que acreditavam. Eis 10 exemplos dessas mulheres revolucionárias de todas as partes do mundo.

Nadezhda Krupskaya

Muitas pessoas conhecem ela apenas como a companheira de Lenine, mas ela foi uma política e revolucionária bolchevique graças aos seus próprios esforços. Ela esteve imensamente envolvida em diversas atividades políticas e projetos educacionais: inclusivamente servindo como ministra interina da Educação na União Soviética de 1929 até á sua morte, em 1939.

Antes da revolução, ela foi secretária do jornal político Iskra, gerindo toda a correspondência que atravessava o continente europeu, muita da qual tinha que ser codificada. Depois da revolução, dedicou a sua vida à melhoria nas oportunidades educacionais para trabalhadores e camponeses, como por exemplo, a sua luta para tornar as bibliotecas disponíveis a toda a população.

Constance Markievicz

Foi uma condessa anglo-irlandesa revolucionária, nacionalista, sufragista, socialista e membro dos partidos políticos Sinn Féin e Fianna Fáil. Ela participou nos esforços para a independência da Irlanda, incluindo na Revolta da Páscoa, em 1916, onde teve um papel de liderança. Durante esse levantamento, feriu um franco-atirador britânico antes de ser forçada a render-se. Por consequência, foi a única mulher entre os 70 prisioneiros que estiveram na solitária.

Depois foi sentenciada à morte, mas acabou por ser perdoada, por ser mulher. O promotor da acusação alegou que ela chegou a implorar: “Eu sou apenas uma mulher, você não pode atirar numa mulher”. No entanto, os registos do julgamento dizem que ela, na verdade, afirmou: “Eu realmente queria que a sua laia tivesse a decência de atirar em mim”.

Constance foi uma das primeiras mulheres no mundo a conseguir uma posição ministerial (Ministra do Trabalho da República Irlandesa, 1919-1922) e foi também a primeira mulher eleita para a Câmara dos Comuns, em Londres (dezembro de 1918), uma posição que ela rejeitou devido à política de abstenção do partido irlandês, Sinn Féin.

Petra Herrera

Durante a Revolução Mexicana, as combatentes femininas, conhecidas como soldaderas, entraram em combate ao lado dos homens, apesar delas frequentemente enfrentarem abusos. Uma das mais conhecidas foi Petra Herrera, que se disfarçou de homem e passou a chamar-se “Pedro Herrera”. Como Pedro, ela estabeleceu a sua reputação ao demonstrar uma liderança exemplar (assim como por fazer explodir pontes) e terminou por se revelar como mulher.

Ela participou na segunda batalha de Torreón, em 30 de maio de 1914, juntamente com outras 400 mulheres, chegando a ser aclamada por merecer todo o crédito pela vitória na batalha. Infelizmente, Pancho Villa não estava disposto a dar esse crédito a uma mulher e não a promoveu a “general”. Em resposta, Petra abandonou as forças de Villa e formou a sua própria brigada composta só de mulheres.

Nwanyeruwa

Uma nigeriana da etnia Ibo, foi responsável por uma curta guerra, que geralmente é considerada o primeiro grande desafio às autoridades britânicas, na costa oriental africana, durante o período colonial.

Em 19 de novembro de 1929, ocorreu uma discussão entre Nwanyeruwa e um oficial do recenseamento, Mark Emereuwa, por tê-la mandado “contar as suas cabras, ovelhas e família”. Compreendendo que isso significava que ela iria ser taxada (tradicionalmente, as mulheres não pagavam impostos), ela discutiu a situação com outras mulheres.

Protestos passaram a ocorrer ao longo de dois meses. Cerca de 25 mil mulheres de toda a região envolveram-se nas manifestações contra as mudanças nas leis tributárias e pelo poder irrestrito das autoridades. No final, a posição das mulheres venceu, pois as autoridades britânicas abandonaram os seus planos de impostos, assim como a renúncia forçada de muitas autoridades do recenseamento.

Lakshmi Sehgal

Conhecida como “Capitã Lakshmi”, foi uma revolucionária no movimento pela independência da Índia, uma oficial do exército nacional indiano e, depois, Ministra dos Assuntos para Mulheres no governo Azad Hind. Na década de 1940, ela comandou o regimento Rani de Jhansi: um regimento composto apenas por mulheres, que visavam derrubar o Raj britânico na Índia colonial.

O regimento, que foi um dos poucos apenas com mulheres a combater na Segunda Guerra Mundial, em ambos os lados, foi assim nomeado em tributo a outra revolucionária feminina da Índia, Rani Lakshmibai - uma das líderes da Rebelião Indiana, em 1857.

Sophie Scholl

A revolucionária alemã Sophie Scholl foi uma das fundadoras do grupo de resistência não violenta anti-nazi, chamado Rosa Branca, que promovia a resistência ativa ao regime de Adolf Hitler através duma campanha anónima de panfletagem e grafitagem.

Em fevereiro de 1943, ela e outros membros do grupo foram presos por entregarem panfletos na Universidade de Munique e sentenciados à morte por guilhotina. Cópias dos panfletos, reintitulados “O Manifesto dos Estudantes de Munique”, foram contrabandeados para fora do país e lançados, aos milhões, por aviões das forças Aliadas por toda a Alemanha.

Blanca Canales

Foi uma nacionalista porto-riquenha que ajudou a organizar as “Filhas da Liberdade” – ala feminina do Partido Nacionalista Porto-Riquenho. Ela foi uma das poucas mulheres na história a liderarem uma revolta contra os EUA, no que ficou conhecido como o Levantamento Jayuya. Em 1948, uma lei severa, conhecida como Lei da Mordaça ou Lei 53, criminalizava a impressão, publicação, venda ou exibição de qualquer material que tencionasse paralisar ou destruir o governo da ilha.

Em resposta, os nacionalistas passaram a planear uma revolução armada. Em 30 de outubro de 1950, Blanca e outros pegaram em armas, que tinham escondido em sua casa e marcharam para a cidade de Jayuya, tomando a esquadra da polícia, queimando o posto de correio, cortando as linhas telefónicas e hasteando a bandeira de Porto Rico, em desafio à Lei 53.

Como resultado, o presidente norte-americano declarou a lei marcial e ordenou que o exército e a força aérea atacassem a cidade. Os nacionalistas aguentaram o máximo que puderam, mas foram presos e três dias depois sentenciados a prisão perpétua. Grande parte de Jayuya foi destruída e o incidente não foi coberto corretamente pela imprensa norte-americana, tendo até o presidente norte-americano dito que foi “um incidente entre porto-riquenhos”.

Celia Sanchez

A maioria das pessoas conhece Fidel Castro e Che Guevara, mas poucas ouviram falar de Celia Sanchez, a mulher no coração da Revolução Cubana, onde até dizem ter sido a principal tomadora de decisões. Após o golpe de 10 de março de 1952, Celia juntou-se à luta contra o governo de Fulgencio Batista. Ela foi uma das fundadoras do Movimento 26 de Julho e líder dos grupos de combate durante toda a revolução. Controlou os recursos dos grupos e até organizou o desembarque do Granma, que transportou 82 combatentes do México para Cuba, para derrubar Batista. Depois da revolução, Celia continuou com Castro até à sua morte.

Kathleen Neal Cleaver

Foi uma das integrantes do Partiddo Panteras Negras e a primeira mulher do partido a fazer parte do corpo de “tomadores de decisões”.

Ela foi porta-voz e secretária para a imprensa, organizando também a campanha nacional para libertar Huey Newton, ministro da Defesa dos Panteras.

Ela e outras mulheres, como Angela Davis, chegaram a ser dois terços dos quadros dos Panteras, apesar da noção de que o partido era maioritariamente masculino.

Asmaa Mahfouz

É uma revolucionária moderna, a quem repousa o crédito de ter inflamado o levantamento de janeiro de 2011, no Egito, através de um vídeo postado na internet, encorajando outros a juntarem-se a ela nos protestos na Praça Tahrir.

Ela é considerada uma das líderes da Revolução Egípcia e uma proeminente integrante da Coaligação de Jovens da Revolução Egípcia. Veja o video:



Fonte: esquerda net

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