Emoção! Jovem realiza sonho do pai já falecido e vira delegada com apenas 24 anos

goo.gl/r4i54Q | Ainda criança, com 6 anos, Fernanda Bertoco Mello, perdeu o pai. Ele, escrivão de polícia que sonhava ser delegado, morreu em um acidente meses depois de concluir o curso de direito.

Hoje, com 24 anos, Fernanda não esconde a emoção pela recente nomeação na carreira que era desejo do pai. "Sem dúvida, o sonho dele foi uma motivação a mais para o concurso", afirma.

A paranaense mora em Umuarama, na região noroeste do estado. A mãe é escrivã de polícia aposentada e o irmão mais velho, advogado. A irmã caçula ainda cursa direito. De acordo com a jovem, a escolha pela profissão foi bastante influenciada pela família, que é cheia de advogados. "Não teve como escapar do direito", brinca.

Precoce

Fernanda foi aprovada na Universidade Estadual de Maringá (UEM), no norte do estado, quando ainda estava no terceiro ano do ensino médio.

Com 17 anos, ela saiu de casa com um único objetivo: depois de formada, passar em um concurso público. "Sempre soube que seria uma concurseira", conta.

Então, quando a jovem estava no último ano da faculdade, já aprovada na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), surgiu a oportunidade para futuros delegados.

"Fiz a inscrição sem pretensão alguma de passar. Quando fui aprovada na primeira fase, me animei, lembrei do sonho do meu pai e comecei a me dedicar ainda mais", lembra.

Ao todo, Fernanda concorreu com 18 mil candidatos. Foram diversas etapas até a aprovação final, um ano depois. A jovem explica que, para passar, foi necessário bastante estudo. "Eu frequentava o cursinho e também estudava em casa. Também já fiz duas pós-graduações. Sempre gostei de estudar", explica.

A princípio, o concurso público que Fernanda prestou oferecia 26 vagas, porém o governo do estado decidiu ampliar o número de contratações, o que beneficiou a jovem: ela ficou na 132ª colocação.

Dois anos depois de se inscrever no concurso público, a jovem e mais 63 pessoas tomaram posse em Curitiba. Do total de nomeados, 14 são mulheres e Fernanda é a mais nova da turma. "Eu me sinto muito honrada por representar as mulheres e espero fazer jus às responsabilidades da função que vou desempenhar", diz.




Fernanda (ponta direita) e os irmãos: o mais velho é advogado e a caçula também estuda direito (Foto: Fernanda Bertocco Melo/Arquivo pessoal)

A jovem ainda não sabe em qual região irá atuar, mas conta que gostaria de trabalhar em uma Delegacia da Mulher. "Hoje, tem muita mulher em situação de vulnerabilidade, sofrendo tanto violência física, como psicológica. Acho que é uma área de extrema relevância, com a qual me identifico. Gostaria de contribuir", explica.

Orgulho

A mãe de Fernanda, Helena Maria Bertoco Mello, de 56 anos, conta que trabalhou na polícia por 20 anos e que, apesar de saber das dificuldades da profissão, está muito feliz pela filha. "Eu sempre disse que não é fácil, que é preciso trabalhar de noite, aos fins de semana. Mas ela me disse que é isso que quer", afirma.

Helena aponta que o marido também queria muito ser delegado e que, antes de morrer, estava se preparando para o cargo. "Ele já tinha uma faculdade e fez outra, a de direito. Mas, infelizmente, morreu dois meses depois de se formar", lembra.

O acidente aconteceu no dia 4 de maio de 1998. O carro em que ele e outros policiais estavam bateu contra uma carreta na PR-487, entre Terra Roxa, no oeste, e Francisco Alves, no noroeste do Páraná. À época, o caminhoneiro alegou que desviou de um buraco no asfalto e acabou atingindo o outro veículo.

"Tenho certeza de que meu marido estaria orgulhoso. Assim que soubemos da aprovação da Fernanda no concurso, eu disse a ela: 'Viu só?! O seu pai não conseguiu realizar o sonho dele, mas você, sim'. Estamos todos muito felizes e orgulhosos", garante.

Fonte: G1

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