Relações sexuais: Líderes religiosos defendem direito a 'bater ligeiramente' nas mulheres

goo.gl/a0CQYl | Os líderes religiosos no Paquistão defendem que os homens devem ter o direito de "bater ligeiramente" nas respetivas mulheres caso estas por exemplo recusarem ter relações sexuais sem qualquer justificação religiosa.

A proposta do Conselho de Ideologia Islâmica (CII) foi tornada pública esta semana e gerou esta sexta-feira uma vaga de indignação entre os internautas paquistaneses, as organizações de direitos humanos e em alguns 'media' daquele país.

O controverso projeto de lei foi apresentado em resposta a uma legislação progressista adotada em fevereiro último em Pendjab, que prevê mais direitos e uma maior proteção para as mulheres daquela província, a mais populosa do Paquistão.

"Um homem deve ser autorizado a bater ligeiramente na sua mulher caso esta rejeite as suas ordens, recuse-se a vestir-se como ele deseja, recuse os pedidos de relações sexuais sem justificação religiosa, ou não tome banho após o sexo ou quando está com a menstruação", refere o projeto de lei, citado pelos 'media' locais.

Em reação a esta proposta, o primeiro jornal em língua inglesa do Paquistão, intitulado Dawn, publicou um artigo satírico que afirma que as pessoas só devem bater ovos ou nos fundos das garrafas de 'ketchup'.

Este artigo é um raro exemplo entre os principais meios de comunicação social do Paquistão, que normalmente não contestam as organizações que falam em nome da religião muçulmana.

No Paquistão, país maioritariamente muçulmano com quase 200 milhões de habitantes, os ataques contra a figura do profeta Maomé são passíveis de pena de morte ao abrigo de uma polémica lei sobre crimes de blasfémia.

O projeto de lei do CII, que tem a função de aconselhar os deputados, foi igualmente condenado pela Comissão dos Direitos Humanos do Paquistão (HRCP), um organismo independente que qualificou a proposta como "ridícula" e que pediu a dissolução deste conselho de "fanáticos".

"É difícil compreender como uma pessoa no seu perfeito juízo pode acreditar que é preciso incentivar e justificar a violência contra as mulheres no Paquistão", defendeu a HRCP.

Fonte: tsf pt

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