Contador do deputado afastado Eduardo Cunha desmente Cláudia Cordeiro Cruz

goo.gl/DGiBCf | O contador Paulo Cezar Lamenza desmentiu, em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato, a mulher do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele afirmou que nunca assinou cheques em branco de Cláudia Cruz – em declaração anterior à Procuradoria da República, ela disse que Lamenza faz suas declarações de Imposto de Renda ‘há vinte anos’ e que o contador ‘preenche cheques em branco’ dela e presta contas ao peemedebista.

Veja o DEPOIMENTO DE PAULO LAMENZA

Veja o  DEPOIMENTO DE CLÁUDIA CRUZ

Paulo Lamenza ‘compareceu espontaneamente’ à Procuradoria após ‘ter tomado conhecimento por intermédio do deputado afastado Eduardo Cunha, que seu nome foi mencionado no depoimento de Cláudia Cordeiro Cruz’. O contador declarou que ‘com esta postura de evitar qualquer constrangimento de ocorrência de possíveis medidas cautelares’ contra ele próprio.

“O depoente (Paulo Lamenza) é o responsável pela declaração de imposto de renda de Cláudia Cruz e da mãe de Cláudia Cruz, Neide Cordeiro Cruz; que o depoente exerce esta função cm relação a Cláudia Cruz há mais de dez anos”, afirmou em depoimento.

Segundo o contador, ’em setembro/outubro de 2015′, ele foi chamado por Eduardo Cunha no escritório deste no centro do Rio, ‘avisando que haveria necessidade de retificar a declaração de imposto de renda de Cláudia Cordeiro Cruz a fim de incluir um veículo BMW e uma conta de investimento que não haviam sido declarados’.

“Paralelamente, Eduardo Cunha apresentou mais rendimentos recebidos por Cláudia Cordeiro Cruz de pessoas físicas que, em tese, também não teria sido declarados no exercício 2013; que o depoente não achou estranho o pedido de retificadora de Eduardo Cunha; que foram entregues as declarações retificadoras 2014/2013 e 2015/2014 no dia 16 de novembro de 2015”, declarou.

O contador afirmou que ao fazer a retificadora do imposto de renda em novembro de 2015 houve necessidade de pagar mais imposto de renda em razão do acréscimo de rendimentos provenientes de serviços prestados para pessoa física por Cláudia Cruz. Paulo Lamenza disse que imprimiu as guias que giravam em torno de R$ 100 mil (incluindo aproximadamente R$ 76 mil de imposto mais os juros de mora) e encaminhou para Eduardo Cunha.

“O depoente mandou um office boy entregar as guias no escritório de Eduardo Cunha; que o depoente nunca preencheu cheques em branco dados para Cláudia Cruz para pagamento de imposto, sendo que esta declaração dada por Cláudia Cruz neste sentido não corresponde à realidade; que o depoente também não ia ao banco pagar as guias de impostos devidos pelos clientes; que foi a única vez em que foi solicitada retificação do imposto de renda”, disse.

Em seu depoimento, Cláudia Cruz foi questionada sobre o responsável pelo pagamento do carnê-leão, pago com mais multa e juros em dezembro de 2015. A mulher de Eduardo Cunha disse não ter conhecimento.

“Esclarece que seu contador Paulo Lamenza, que faz as declarações de imposto de renda da depoente há vinte anos, pode responder sobre as retificações e o carnê-leão; que esta pessoa preenche cheques em branco que são dados pela depoente, e presta conta para o Eduardo Cunha”, declarou. “A depoente não se recorda de Paulo ter mencionado qualquer pagamento de imposto no final de 20 15.”

De acordo com Paulo Lamenza, há cerca de quinze dias Eduardo Cunha o chamou para um encontro de dez minutos em sua casa na Barra da Tijuca e informou que Cláudia Cruz tinha mencionado seu nome depoente e que possivelmente ele poderia ser chamado para depor.

“Eduardo Cunha não deu maiores orientações ao depoente sugerindo apenas ficar atento que poderia ser intimado a depor; que Eduardo Cunha aparentava um certo constrangimento por ter colocado o depoente nesta situação”, relatou.

COM A PALAVRA, CLÁUDIA CRUZ

Claudia Cruz responderá às imputações como fez até o momento, colaborando com a Justiça e entregando os documentos necessários à apuração dos fatos. Destaca que não tem qualquer relação com atos de corrupção ou de lavagem de dinheiro, não conhece os demais denunciados e jamais participou ou presenciou negociações ilícitas.

Por Fausto Macedo, Julia Affonso, Ricardo Brandt e Mateus Coutinho
Fonte: Estadão

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