Justiça decreta prisão de policial militar réu por desviar arma de fogo para traficante

goo.gl/11oPJp | A 3ª Vara Criminal e Auditoria Militar decretou a prisão preventiva do tenente-coronel da Polícia Militar (PM) e chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo do Amapá, Huelton Medeiros, denunciado pelo Ministério Público (MP) por suposto desvio de uma pistola da corporação em proveito de Edvaldo de Oliveira Souza, condenado por tráfico de drogas.

O mandado foi expedido na sexta-feira (15) pela juíza Ilana Kabaczinik Luono Kapah e ainda não foi cumprido. No despacho, a magistrada determina que o oficial seja recolhido para o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) do Amapá. O ofício do mandado de prisão foi encaminhado nesta segunda-feira (18) para a Corregedoria-Geral da PM.

No Fórum de Macapá, o processo ainda está em fase de oitiva de testemunhas pela Auditoria Militar, com audiência marcada para 2 de agosto. De acordo com a decisão, Medeiros teve a prisão decretada por ameaçar um dos juízes militares escalados para julgar o caso dele na Auditoria Militar de Macapá.
Procurado pelo G1, o governo do estado ainda não havia se manifestado até esta publicação. O tenente-coronel não foi encontrado para falar sobre o caso.

Denúncia

Na acusação do MP, que teve como base a investigação da Corregedoria da Polícia Militar, o oficial teria repassado para o condenado, em 2013, uma pistola .40, de uso da corporação em uma área conhecida como "Caesinha", no bairro Perpétuo Socorro, na Zona Leste de Macapá.

Para o Ministério Público, "os indícios são fortes de que os motivos do desvio do armamento tiveram ligação com o tráfico de drogas". A afirmação é sustentada pelo MP com base em depoimento de uma testemunha que descreveu Huelton Medeiros "agitado, com sentidos alterados" no momento da entrega da arma na localidade.

"Não é demais elucidar que a localidade da 'Caesinha' onde ocorreu o desvio da arma da corporação, é área conhecida pela mercancia de drogas. Constata-se que o major acusado estaria no dia dos fatos agitado, com os sentidos alterados, de maneira que os indícios são fortes de que os motivos do desvio do armamento tiveram ligação com o tráfico/uso de drogas", destacou a denúncia do Ministério Público.

A investigação, de acordo com a denúncia, iniciou após a prisão do condenado por tráfico em maio de 2015. Foi descoberto que o armamento na posse dele estava sob responsabilidade de Huelton Medeiros através de cautela enquanto ocupava o comando do 6º Batalhão da Polícia Militar, que também faz o patrulhamento da "Caesinha".

Além da pistola da PM, foi encontrado com o condenado munições e materiais de recargas oriundos do 6º Batalhão da Polícia Militar.

Somada as provas documentais e periciais, o MP afirma na denúncia que ainda pesa contra o tenente-coronel depoimentos de pelo menos cinco policiais militares que apontaram o "desaparecimento" da arma cedida.

"Ressalta-se que todos os depoimentos foram uníssonos em reconhecer o desaparecimento da arma acautelada para o acusado. (...) Todas as testemunhas ouvidas nos procedimentos investigatórios afirmam que o acusado adquiriu a posse da arma de fogo, munição e carregadores da corporação, mas não devolveu em nenhum momento esse armamento", sustenta o Ministério Público.

Por Abinoan Santiago
Fonte: G1

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