Por que a maioria dos bacharéis em Direito escrevem tão mal? Por Wagner Francesco

goo.gl/3BVSZ5 | No geral, bacharéis e bacharelandos em Direito escrevem muito mal – e o problema disso é fácil de descobrir: todos escrevem muito pouco. Em geral escrevem pouco porque na universidade fazem em regra duas atividades: responder questões objetivas ou apresentar seminários – lendo slides mal feitos.

Para dar um exemplo de como as faculdades não contribuem, na instituição que eu estudo o aluno ele é realmente submetido à prática de escrever apenas num evento chamado PI – Projeto Interdisciplinar. E este PI ainda é planejado de forma equivocada, porque são vários alunos, geralmente equipe com 6 ou 8, escrevendo um texto. Simplesmente não funciona. Escrever é como escovar os dentes – cada um com sua escova.

Então não há o exercício da escrita, da produção de textos, do treinamento para produzir novas doutrinas. Na sua faculdade é diferente? Conte-me nos comentários sua experiência. Os bacharelandos não escrevem muito e ainda lêem demais. Mas lêem o quê? Códigos, resumos, transcrições do que o professor fala na sala… O fato é que ler muito é prejudicial para quem quer aprender a escrever. Eu estou dizendo isto? Não, foi o Schopenhauer. Em um texto chamado “O perigo da leitura excessiva” ele chegou a dizer:

“Quando lemos, outra pessoa pensa por nós: repetimos apenas o seu processo mental. Ocorre algo semelhante quando o estudante que está a aprender a escrever refaz com a pena as linhas traçadas a lápis pelo professor.[…] Enquanto lemos, a nossa cabeça, na realidade, não passa de uma arena dos pensamentos alheios”.

Foi o Albert Einstein quem disse em uma entrevista em 1929: “A leitura após certa idade distrai excessivamente o espírito humano das suas reflexões criadoras. Todo o homem que lê demais e usa o cérebro de menos adquire a preguiça de pensar”.

Ler não é ruim. De forma alguma. Ler é urgentemente necessário, mas o problema é o que se lê, como se lê e com qual finalidade. Lemos, no geral, para nos encher de informação. Informação é ruim? Não. Mas ficar sem saber o que fazer com ela é, sim. Somos treinados para decorar fórmulas, juntar jurisprudências e por esta razão é que no geral o bacharel em Direito escreve muito mal. E por escrever mal eu quero dizer que realmente escreve mal no sentido de que assassina a língua portuguesa, bem como escreve mal no sentido de que raramente apresenta para o mundo um caminho diferente para ver as coisas.

Talvez valha para o ensino jurídico o alerta que Paulo Freire deu em seu livro Educação na cidade: “Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho”.

Isso é, não basta ler as leis e decorar as jurisprudências, é preciso questionar por que elas existem. E não basta questionar, é preciso ultrapassar as idéias postas e apresentar novas. No geral, por culpa das Universidades que se transformaram em cursinhos para a OAB e Cursos para concursos públicos, estamos muito longe de sermos bons pensadores, bons escritores…

Talvez fosse o caso da gente seguir o conselho do professor Alexandre Morais da Rosa: “o ideal seria fazer a prova da OAB no começo do curso, porque aí depois seria o resto do curso para realmente ensinar o Direito”.

Direito é produção de idéias, é construção de argumentos, é apresentação de contraditórios – e saber escrever é essencial. Na pátria educadora chamada Brasil, o bacharelando em Direito precisa despertar.

Por Wagner Francesco
Fonte: jundiainoticias

11/Comentários

Agradecemos pelo seu comentário!

  1. O artigo é muito reflexivo, como verdadeiro. Parabéns.

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  2. O autor está precisando conhecer o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa: "leem", "ideia".

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    1. Também concordo.

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    2. O autor além de dono de uma gramática falha, ainda apresenta sérios problemas de concordância e desenvolvimento textual.

      Sugiro aos defensores de determinado tema/assunto, que antecepidamente obtenham conhecimento sobre o que escrevem caso contrário estaremos fundamentando a frase : "A internet deu voz aos idiotas"

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    3. Verdade. Acho que ele precisa tomar o texto como exemplo!

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  3. Na minha faculdade incentivam bastante a escrita e produção de texto, tanto que alem do interdisciplinar que temos no primeiro semestre, em todos os semestres temos previas, que são pesquisas previas sobre os assuntos que serão abordado na aula e a grande maioria dos professores só aceitam manuscrito, temos seminários, que são dado por todos os professores, que temos que produzir uma apresentação com slides (que se tiver muito texto eles abaixam a nota, e não podemos ler os slides) temos que entregar um trabalho escrito. Acho que isso é relativo de faculdade e também temos que ver a dedicação do aluno e método que ele utiliza para estudar. Eu por exemplo gosto muito de estudar por doutrina e sempre faço um resumo de toda a matéria com minhas palavras. Não adianta a faculdade incentivar e cobrar muito do aluno se ele não esta disposto a se dedicar totalmente.

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  4. Acredito que o problema venha antes da faculdade. Se o aluno não aprende a lingua portuguesa no ensino fundamental e médio, ele não vai aprender no superior! Não importa quanto o façam escrever. Tive alguns colegas que realmente me surpreenderam de estar numa federal, mas a maioria escrevia bem, o funil das federais costuma excluir aqueles muito ruins. Outras faculdades não têm qualquer requisito para a entrada além do pagamento da matrícula. Nessas, quando existe aula de português para tentar igualar os alunos, são aulas de decoreba de regrinhas que mal se aplicam à boa escrita.

    Ler em demasia pode ser prejudicial à idéia quando o aluno não sabe processar a informação, mas nunca ao português! O melhor é ler textos variados, doutrina, ficção, filosofia, biografia, etc, só assim podemos ter vários exemplos de redação e ideias para podermos processar e criar nosso próprio estilo.

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  5. Nossa. Qual faculdade é está que ele está dizendo? para eu ir pra lá .. Porque na minha eu só escrevo. As demais as quais possuo amigos também. Acho que faltou um pouco mais de pesquisa.

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  6. Jonathan Matos02 julho, 2016

    Ótimo texto, sintetiza o ensino do Direito em nossa pátria pouco educadora. Oro para que algum dia tenhamos estudantes e futuros operadores do Direito com senso crítico e alma pensadora.

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  7. Esse artigo também está com erros de concordância o autor dessa matéria poderia também estudar mais ��������

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  8. Na moral??? Como deixaram esse artigo ser publicado no site?? Coesão e Coerência mandaram um abraço pra o autor e mandaram dizer que agora é pra valer,não voltam mais.

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