Lavagem de dinheiro: Delegado preso é flagrado com celular dentro de cela da Polícia Civil

goo.gl/5NhJIi | Preso por suspeita de financiar uma quadrilha especializada em roubo de cargas, o delegado Omar Abud foi flagrado com um celular dentro de uma cela da Polícia Civil, em Porto Alegre. O aparelho foi descoberto durante uma revista realizada na carceragem policial, que fica no Palácio da Polícia.

Por meio de nota, a defesa do delegado diz que "não há qualquer suspeita quanto aos motivos que levaram a eventual uso de tal aparelho". O mesmo texto classifica a prisão preventiva decretada na investigação sobre a quadrilha como "desnecessária e abusiva".

A denúncia sobre o uso de celular era de que um agente da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), que também está preso no local, estava com um aparelho. Durante a revista nas celas, um celular foi encontrado com o agente da Susepe e outro com o delegado.

Eles receberam voz de prisão e, mesmo presos, vão responder por mais esse crime. A Polícia Civil agora vai investigar como os celulares chegaram até eles e para quem foram feitas ligações.

"Desde quando [o celular] estava com ele ou como chegou até lá vai ser apurado", resumiu o delegado Fábio Motta Lopes, diretor do Departamento de Polícia Metropolitana.

O delegado Omar Abud foi preso na terça-feira (21) da semana passada, na cobertura onde mora, na capital gaúcha. Ele e um comissário de polícia aposentado são investigados por lavagem de dinheiro, violação de sigilo funcional e organização criminosa.

Eles são suspeitos de financiar uma quadrilha especializada em roubo de cargas e estelionato. Segundo na investigação, os dois ficariam com parte do dinheiro do crime.

Leia na íntegra a nota da defesa de Abud

"A defesa de Omar Abud, capitaneada pelos advogados André Luís Callegari e Ariel Weber, em relação às notícias veiculadas quanto a suposto celular encontrado na casa de custodia, vem, após solicitação, manifestar-se publicamente.

Houve um registro de ocorrência policial no dia 24 de fevereiro. Ocorre que, no dia seguinte, o juiz plantonista não homologou o flagrante integralmente, e, no mesmo ato, expediu alvará de soltura em relação ao caso.

Não há qualquer suspeita quanto aos motivos que levaram a eventual uso de tal aparelho. Como garantiu o próprio chefe da Polícia Civil em entrevista, não é possível qualquer influência nas investigações a essa altura, ainda mais por se tratar de análises técnicas.

Essa declaração do chefe de polícia demonstra o quão desnecessária e abusiva foi a prisão preventiva decretada, que será devidamente enfrentada por meio dos remédios jurídicos cabíveis."

A entrevista do chefe da Polícia Civil citada pelos advogados na nota foi concedida à Rádio Gaúcha. Questionado se a atitude do delegado em fazer contato com pessoas de fora do presídio, poderia atrapalhar a investigação da relação com a quadrilha de roubo de carga, o delegado Emerson Wendt respondeu:

"Não creio que atrapalhe, já que boa parte das provas são técnicas e já estão sendo analisadas", disse.

Por Fábio Almeida
Fonte: g1 globo

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