Advogado quer que Estado pague tratamento psiquiátrico para parentes de Maria Eduarda

goo.gl/8UMHu0 | A dor da perda da estudante Maria Eduarda Alves da Conceição, de 13 anos, morta a tiros durante um confronto entre policiais e bandidos em Acari, tem atormentado a mãe, Dona Rosilene Alves, que não para de repetir: “Estou sem chão. Mataram o meu bebê, minha caçula”. O pai da menina também está depressivo e, segundo um dos irmãos da jovem, Uidison Alves, já falou até em suicídio. Diante do despero da família, o advogado João Tancredo, que cuida do caso, pretende ingressar nesta segunda-feira com uma ação de reparação de danos morais contra o Estado, incluindo no processo um pedido de liminar para que pague as depesas de tratamento psiquiátrico e psicológico.

Segundo o advogado, os pais e cinco irmão de Duda precisam de auxílio profissional imediato. E como a estudante morreu durante uma operação em que havia agentes públicos envolvidos, o Estado, independentemente da conclusão do inquérito, deve ser responsabilizado. Na segunda-feira à tarde familiares de Maria Eduarda vão participar de uma reunião com deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

— Estes processos judiciais são demorados, podem levar anos. Enquanto isso, a família precisa de ajuda psicológica e tem que começar logo, do contrário correm o risco de nunca se recuperarem. Por isso, pediremos à Justiça que o Estado pague as despesas de psicólogos para todos — diz João Tancredo,

Também nesta segunda-feira, todos vão passar por consulta com um psiquiatra indicado pelo escritório de advocacia. Os laudos serão anexados aos processo.

— O ideal é que o Estado pague as consultas. Não queremos que ele encaminhe a família para tratamento em hospital público, já que todos conhecem a situação da saúde do estado. Eles precisam de ajuda para superar esta perda — explica o advogado, que já atuou em ações contra o Estado nos casos do pedreiro Amarildo Dias de Souza, morador da Favela da Rocinha, que desapareceu depois de ser levado pela polícia para prestar esclarecimentos, e cujos familiares até hoje recebem tratamento custeado pelo Governo.

Ele explica que nestes casos, quando a Justiça determina o pagamento das consultas, o governo não tem atrasado o repasse do dinheiro, apesar da crise.

— Os familiares do Amarildo; a Adriana, mãe de um dos 11 jovens mortos com 111 disparos efetuados por policiais militares em Costa Barros; e os pais do menino João Roberto, de 3 anos, morto a tiros em julho de 2008, quando o carro de sua mãe foi confundido com o de criminosos que eram perseguidos por policiais na Tijuca, têm tratamento psicológico e psiquiátrico custeados pelo Estado. E até hoje, mesmo com a crise, nenhuma parcela foi atrasada. Se isso acontece, o Estado está sujeito a multas e o secretário de Fazenda, de Administração ou de Governo, quem estiver responsável pelo repasse, é passível de prisão — explica João Tancredo.

Na ação, o advogado vai pedir pagamento de pensão para os pais da estudante.

— Todos sabem que nas comunidades, as crianças e jovens, mesmo quando não trabalham, exercem tarefas e têm funções que, direta ou indiretamente, ajudam a família nas despesas da casa — justifica o João Tancredo, que pretende estudar, ainda, se vai incluir na ação uma projeção do que Maria Eduarda poderia ganhar caso seguisse a carreira de atleta, como professores e colegas vêm declarando.

*Leia essa matéria na íntegra através do link: http://oglobo.globo.com/rio/advogado-quer-que-estado-pague-tratamento-psiquiatrico-para-parentes-de-maria-eduarda-21149504

Por Simone Caândida
Fonte: oglobo globo

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