Juíza doa patrimônio de irmã que morreu para a ampliação de UTI neonatal em hospital de Curitiba

goo.gl/S2DQHV | Um ato de desprendimento e de respeito à memória da irmã que morreu fez a juíza aposentada Elizabeth Tae Kinashi ajudar o Hospital Evangélico de Curitiba a dobrar o número de leitos disponíveis para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal. O espaço reformado foi inaugurado na tarde desta terça-feira (30).

A irmã de Elizabeth, Maria Homi Kinashi, também era juíza e sempre atuou em causas ligadas à saúde pública. Em 2014, ela morreu vítima de um câncer. Antes de partir, no entanto, ela demonstrou à família o desejo de ajudar o hospital.



Herança que Maria deixou foram usados para as obras de ampliação da UTI neonatal do Evangélico (Foto: Augusto Klein/RPC)

"Ela [Maria] não pediu objetivamente, mas eu deduzi depois que ela faleceu. Reflexão. Eu acho que acertei", orgulha-se Elizabeth.

Os cerca de R$ 530 mil de herança que Maria deixou foram usados para as obras de ampliação da UTI neonatal do Evangélico. Segundo o hospital, a obra possibilitou a abertura de 20 novos leitos na unidade, que agora poderá atender até 40 crianças ao mesmo tempo.

"Foram quase dois anos. Eu me sinto [realizada], porque eu sei que minha irmã está falando: 'Cumpriu, maninha'", diz a juíza aposentada.

A nova UTI neonatal também conta com equipamentos modernos de ar-condicionado, sistema de câmeras de TV, banheiros para os pais, sala de amamentação e vestiários para os profissionais da unidade.

Investimento do governo

Para que os novos leitos possam entrar em funcionamento, o hospital ainda vai precisar da liberação de recursos do Ministério da Saúde. A expectativa é de que o dinheiro saia nos próximos dias. Se isso ocorrer, o atendimento será ampliado num prazo máximo de até três meses.



Hospital ainda precisa da liberação de recursos do Ministério da Saúde (Foto: Augusto Klein/RPC)

"Falta toda a parte de equipamentos, leitos e incubadoras que virão de um recurso do Ministério da Saúde", diz o administrador do hospital, Ladislau Zavadil Neto.

Crise no Evangélico

A ajuda das duas irmãs juízas contrasta com o momento vivido pelo Hospital Evangélico de Curitiba. A instituição, que é o maior hospital privado do Paraná, passa por uma grave crise financeira e não tinha condições para tocar a obra.

"Dentro das necessidades do hospital, essa era uma das áreas que mais tinham a necessidade de uma reforma imediata. Essa doação foi fundamental. A doutora Elizabeth, com o legado da sua irmã falecida, propiciou esse investimento", afirma Neto.

Segundo o administrador, a dívida total do Evangélico passa de R$ 400 milhões. Ele acredita que o hospital deve ser leiloado, para garantir o atendimento à população.

"[O leilão] é a única saída, devido a tudo o que se acumulou ao longo desses anos. É impossível, pela receita, pela geração de caixa do hospital, atender a necessidade de funcionamento e ainda pagar a dívida antiga. Não tem condições", explica Neto.

Ainda de acordo com ele, o Hospital Evangélico atende cerca de 25 mil pacientes todos os meses. Desse total, a maior parte é pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Fonte: g1 globo

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