Troca de favores: Justiça não é teatro, diz juíza ao flagrar suborno de testemunha

goo.gl/tJWTm7 | Na terça-feira (20/2), uma audiência trabalhista deixou estarrecida a juíza Claudia Marcia de Carvalho Soares, da 28ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro. Ela flagrou um trabalhador oferecendo R$ 70 a um amigo para depor a seu favor. Além disso, ele se predispôs a comparecer como testemunha na audiência do colega.

"De fato, a sociedade precisa perceber que a Justiça do Trabalho não é palco para teatro e mentiras. É uma justiça de cunho social, mas que deve acima de tudo buscar a verdade dos fatos, independentemente de quem a verdade vai proteger. Não é Justiça para proteger empregados. Ou proteger empregadores. É Justiça para proteger a verdade e a lei", afirmou a juíza na ata de audiência.

Diante da ausência da testemunha, a própria advogada do autor pediu para que fosse exibida a mensagem no celular comprovando que a testemunha teria se comprometido a comparecer.

Ao ler o diálogo, no entanto, a juíza se deparou com a promessa de troca de favores. No convite, o autor da ação disse que daria pelo menos R$ 70 a cada um que fosse testemunhar. Na resposta, o amigo se comprometeu a ir e disse que também precisaria que o autor fosse sua testemunha, em outro processo.

Questionado pela juíza, o autor da ação disse que ofereceu dinheiro à testemunha porque, "se não for assim, ninguém comparece". Diante do episódio, a advogada do empregado também se manifestou indignada, afirmando que não sabia da troca de favores, tanto que pediu a exibição das mensagens.

Já os advogados da empresa pediram que o empregado fosse condenado por má-fé. A juíza encerrou a ata da audiência sem marcar data para sentença, mas registrou a possibilidade de aplicação de multa por litigância de má-fé.

Clique aqui para ler a ata da audiência.

Leia o diálogo:



Fonte: Conjur

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