4 mitos que todo cliente de banco grande já ouviu, mas que nunca deve acreditar

goo.gl/drCnU3 | O primeiro contato das pessoas com investimentos durante muito tempo aconteceu por meio dos bancos e dos gerentes de contas. No entanto, isto não significa que é por meio das aplicações disponíveis nas agências bancárias que você vai conseguir ganhar mais dinheiro - muito pelo contrário. Os bancos devem ser usados para serviços específicos, como transferências, TEDs, DOCs, pagamento de contas, etc. Já quando o assunto são os investimentos, existem opções muito melhores fora deles.

Nas plataformas de corretoras de valores os investidores conseguem aplicar em produtos de vários emissores diferentes, como bancos pequenos e médios, além de fundos de investimentos de diversas gestoras de recursos diferentes, todos com taxas muito mais atrativas e com retornos bem superiores àqueles que são encontrados nas prateleiras dos grandes bancos.

“No banco as necessidades do cliente não são a prioridade dos gerentes. Sabemos que eles possuem metas a serem batidas, que estão lá para benefício exclusivo do banco”, explica Diogo Hoffman, assessor de investimentos da Ciga Invest.

Ele reforça a ideia de que cada vez mais cresce a importância do “valor gerado” em algum tipo de serviço. "É preciso oferecer experiência. A assessoria financeira tem a mesma importância, onde a personalização do serviço às necessidades do cliente é o fator mais importante”, destaca.

O InfoMoney conversou com assessores de investimentos para esclarecer  4 mitos que você ouve de bancos.

Confira:

Apenas o banco oferece segurança para seus investimentos

Falar que apenas nos grandes bancos você tem segurança nos seus investimentos não é uma verdade.“Muitos associam automaticamente a troca de seu banco por um serviço independente à uma elevação no risco de suas aplicações ou mudança com relação ao seu perfil de investimentos. Nosso mercado é extremamente bem regulado e órgãos como Cetip, Fundo Garantidor de Créditos, Susep, Anbima, CVM, BMF& Bovespa entre outros, fazem o trabalho de regulação e supervisão e buscam melhorias voltadas para o investidor”, explica o Hoffman.

Ele destaca que aplicações como o CDB (Certificado de Depósito Bancário),a  LCI (Letra de Crédito Imobiliário), LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e a LC (Letra de Câmbio) possuem garantia do FGC até o limite de R$ 250 mil por instituição e CPF. Isso quer dizer que o investidor pode ficar tranquilo ao investir até esse valor em um banco pequeno, porque mesmo que a instituição venha a enfrentar problemas de solvência, o fundo garante aplicações as aplicações até esse limite.  “Por isso, aquela ideia que o gerente passa de que o banco tradicional traz mais segurança do que qualquer outra opção não é verídica”, explica Hoffman.

Bruno Ponciano, assessor de investimentos da Aequilibrium, diz que o mito de que o banco oferece mais segurança é um dos motivos pelos quais muitas pessoas ainda não procuraram outras opções de investimentos. “A concorrência é sempre positiva e você sempre sai ganhando quando pode comparar. Não é raro conversamos com pessoas que dizem que estão no banco pela “segurança” e quando vamos analisar seus investimentos vemos que seus recursos estão totalmente concentrados em fundos de investimentos, por exemplo.

O fundo de investimento tem o patrimônio totalmente separado do banco, tem CNPJ diferente, é como se fosse outra empresa.E ao aplicar em fundos de investimentos,  você não está emprestando dinheiro para a instituição como em um CDB - então você poderia estar investindo em um fundo de uma gestora independente, com melhores taxas. "Ou seja, esse investidor não possui nada investido diretamente naquele banco, ele simplesmente conta com os serviços de gestão de fundos desse banco”, explica o assessor da Aequilibrium.

Título de capitalização é um investimento

Capitalização é possivelmente um dos piores produtos que estão disponíveis nos bancos. “Há certa apelação no oferecimento desse título, dada a participação em sorteios de prêmios, sendo sua característica diferencial de outros produtos. Mas isso não significa que seja um investimento”, explica Hoffman. Estes títulos normalmente apenas corrigem o dinheiro pela TR, que costuma ser de menos de 2% no ano, e se o investidor tirar antes do final ainda perde uma boa parte daquilo que foi pago.

Ponciano alerta o investidor e explica que a capitalização é uma espécie de “jogo de azar”. “Eventualmente, com sorte, você pode ser sorteado e ganhar dinheiro. Mas se não ganhar, é só prejuízo”, afirma o assessor de investimentos da Aequilibrium.

Ele explica ainda que nessa modalidade de produto o cliente terá direito a um resgate parcial após algum tempo (diferente do que acontece com um jogo de loteria por exemplo). “Mas mesmo que no final do plano você resgate o equivalente a 100% do valor pago + a correção da Taxa Referencial (TR) ainda assim você terá perdido dinheiro pois a inflação não foi totalmente corrigida”, diz Ponciano.

O gerente é a pessoa ideal para ajudá-lo com as aplicações

Outro mito que deve ser esclarecido é que o gerente do banco vai ajudar você com relação aos seus investimentos. Na verdade, o gerente do banco geralmente não é um especialista neste quesito. E em muitos casos ele pode induzir o investidor a comprar produtos que não precisa por conta das metas que possui.

Na relação gerente-cliente, quem em tese deveria ser o favorecido é o cliente. Como é esperado em qualquer tipo de serviço prestado, mas nem sempre acontece isso quando se trata do gerente do banco. “Partindo desse ponto, fuja quando seu gerente oferecer o que podemos chamar de 'ajudinha' - que tende a ter um preço caro no futuro”, explica Hoffman.

Segundo o assessor da Ciga Invest, “ajuda” seria o gerente oferecer um produto sem nenhuma necessidade para o cliente, para que bata sua meta. “Por exemplo, oferecer uma previdência à um cliente que não tem essa necessidade, afinal o cliente “gastará apenas 40 reais mensalmente”", esclarece Hoffman.

Sempre fique atento aos produtos oferecidos pelo gerente, porque nem sempre ele está pensando  nos seus ganhos.

Outro exemplo, é o gerente afirmar que “precisa contratar um produto para aumentar sua pontuação”, outra maneira de pedir esta “ajudinha”. “Só se for a sua pontuação com o próprio gerente”, alerta Ponciano.

“Todos os bancos usam metodologias semelhantes para definir essa pontuação de cada cliente; fatores como renda, movimentação em conta, endividamento bancário (em geral), atrasos/apontamentos em órgãos de proteção, cheques sem fundos e porcentagem de utilização das linhas de crédito, por exemplo. “Mas a pontuação não inclui oferecer produtos como um seguro que você não precisa ou uma capitalização que você não quer ou que não o ajudará”, diz. Ponciano.

Previdência Privada é sempre a melhor opção para o longo prazo

Embora muitos gerentes digam isso, em muitos casos um plano de previdência não é a melhor opção para quem quer investir pensando no longo prazo, ou mesmo para a aposentadoria -  pelo contrário, muitas vezes os planos de previdência têm taxas de carregamento de entrada ou saída, e seu rendimento é inferior a outros produtos.

Em muitos casos, montar uma carteira com títulos públicos atrelados à inflação, bons fundos de investimento e até uma parcela de ações pode ser mais vantajoso do que investir em um plano de previdência.

Esse tipo de aplicação normalmente só é mais vantajosa para quem entrega a declaração completa do IR, por conta do benefício tributário - mas nesse caso é preciso contratar o plano do tipo PGBL. Também é importante avaliar bem o tipo de fundo e seu histórico de longo prazo, já que o fundo pode ter ido bem no último ano, mas ter um histórico fraco de rendimentos em horizontes maiores.  “Neste ano, por exemplo, os fundos de renda fixa da família “inflação” tiveram até agora excelente performance devido a percepção de que a Selic deve cair em breve e os títulos dessa carteira (NTN-Bs) se beneficiam nesse movimento, mas essa performance se viu tanto nos fundos tradicionais como nos fundos de previdência privada”, explica Bruno.

Por Giovanna Sutto
Fonte: www.infomoney.com.br

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