Condenada por furtar casas diz que quer cursar Direito e ajudar detentas: 'Recomeçar minha vida'

goo.gl/y8EdHQ | A jovem que foi presa acusada de participar de uma quadrilha que furtava casas em cidades da região de Sorocaba (SP), afirmou, em entrevista ao G1, que pretende cursar Direito para "ajudar outras detentas".

Bruna Antunes Aguilera, de 23 anos, foi detida com outros dois comparsas em julho de 2017. Segundo a Polícia Civil, eles furtavam joias, aparelhos eletrônicos e dinheiro de imóveis quando os donos não estavam.

Ela deixou a cadeia no começo do mês para cumprir pena em regime inicial aberto, assim como Robson da Silva Aguiar. O terceiro comparsa, Bruno Felipe da Silva, foi absolvido.

Ao G1, ela afirmou que está arrependida dos crimes que cometeu, e que o tempo atrás das grades e o contato com outras detentas a fez refletir sobre a situação de mulheres dentro das penitenciárias.



Segundo a Polícia Civil, Bruna Antunes Aguilera planejava os crimes com outros dois amigos (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

"Me arrependo, sim. Vou cumprir o que tenho que cumprir e recomeçar minha vida. Vou começar minha faculdade de direito. Todos esses dias que fiquei lá [no presídio] eu vi quantas pessoas precisam e quero fazer o máximo possível para ajudar. Quantas meninas que não têm pai, não têm mãe, não tiveram uma estrutura familiar e estão abandonadas, se dopando de remédios."

O juiz destacou vários pontos que fundamentaram a sentença de cumprir pena em liberdade, como o fato de ser ré primária, não ter ameaçado fisicamente as vítimas - ela e os comparsas só entravam em casas vazias - e ter confessado o delito.

Na época da prisão, a Polícia Civil apontou que Bruna era garota de programa, atividade que levava paralelamente aos furtos. Ela nega a prostituição. "Nunca fui. Apesar de ter muitas amizades com muitos meninos, não fazia programa. Mas se eu fosse garota de programa não estaria roubando, certo?", questiona.

'Leque' de dinheiro


Bruna foi presa em casa com dois revólveres e objetos furtados de vítimas. A jovem também foi condenada pela posse das armas de fogo, mas alegou que os revólveres foram deixados no imóvel por conhecidos.

A Polícia Civil divulgou a filmagem da câmera de segurança de uma casa, em Capela do Alto, que registrou uma das ações do grupo.

O flagrante mostra quando dois homens estacionam um carro em frente ao imóvel e colocam os objetos dentro do veículo, sem pressa.

"Eles tocavam a campainha, viam que não tinha ninguém e arrombavam o portão, ou pulavam os muros. Em alguns casos, suspeitamos que pessoas que conheciam a família passavam informações privilegiadas, porque iam direto no que tinham interesse: pertences caros", explicou o delegado Marcelo Carriel.

Os investigadores monitoraram as redes sociais dos jovens, que ostentavam uma vida de luxo na internet, postando fotos em boates com bebidas caras. Em umas das publicações no Facebook, a imagem mostrava uma grande quantidade de cédulas de cem que formavam um leque.

A polícia apontou na época que Bruna era garota de programa, mas a vida de luxo que levava não era condizente com a atividade. "Ela mantinha o esquema de furto com os dois [amigos] paralela aos programas. Ela tinha uma vida de ostentação, possivelmente com a renda obtida pela venda de todos os objetos", detalhou o delegado.



Segundo a Polícia Civil, os três ostentavam suposto lucro com furtos nas redes sociais (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

Por Carlos Dias, G1 Sorocaba e Jundiaí
Fonte: g1 globo

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