Após 36 anos longe da sala de aula, porteiro volta a estudar e vira bacharel em Direito

A decisão de voltar a estudar após 36 anos longe da sala de aula mudou a vida do porteiro
Darlivan Caetano, de 61 anos. Pai de sete filhos, 11 netos e um bisneto, ele se formou em Direito em 2017. É o único com formação acadêmica na família e virou uma fonte de inspiração.

“Eu sonhava quase todas as noites que estava estudando, conseguia até identificar a escola da época do primário. Isso me deixava inquieto. Eu pensava: por que esses sonhos? Agora eu entendo. Era o que faltava na minha vida”.

Morador de Eldorado, na Serra, ele trabalha há 12 anos como porteiro em uma faculdade particular do município. Foi onde recebeu a proposta para retomar os estudos.

“Primeiro eu falei que não. Depois descobri que teria direito a uma bolsa de 70%. Eu creio muito em Deus, comecei a falar com Ele e entendi que estava diante de uma oportunidade. Refleti que poderia evoluir e me matriculei no EJA para concluir o ensino médio”.

Darlivan tinha apenas o ensino fundamental. Ele havia largado os estudos aos 17 anos. Por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA), pôde concluir o ensino médio e, em seguida, prestou o vestibular da faculdade Doctum.

Aprovado para o curso de Direito, dedicou-se durante cinco anos aos estudos. “Encarar a sala de aula depois de 36 anos foi um grande desafio. Acredito que o maior que já enfrentei. Me sinto feliz por essa retomada e superação”, contou.

Orgulhoso da conquista, já está matriculado na pós-graduação da área de Processo Penal. Darlivan disse que, agora que retomou os estudos, não pretende parar tão cedo. “Eu entrava às 7 horas no trabalho e saía às 19 horas, o mesmo horário em que começava a aula. Já deixava o posto e ia correndo para a sala, no mesmo prédio. Foi muito puxado. Estudava de madrugada”.

Se tornar bacharel em Direito e fazer pós-graduação é motivo de superação para ele, que já foi dependente químico. “Fiquei mais de 20 anos à mercê das drogas. Perdi um cargo público e cheguei a perder a memória por isso”, citou.

As leis deram um novo sentido à vida dele. “Quero ajudar as pessoas através do Direito”, afirmou.

“Minha visão de mundo melhorou 80%”

A Tribuna – Quando decidiu voltar a estudar?


Darlivan Caetano – Eu comecei a trabalhar em uma faculdade e a equipe pedagógica me perguntou se eu tinha vontade de estudar. Primeiro eu falei que não. Depois descobri que teria direito a uma bolsa de 70% de desconto na mensalidade. Eu creio muito em Deus, comecei a falar com Ele e entendi que estava diante de uma oportunidade. Refleti que poderia evoluir e me matriculei no EJA para concluir o ensino médio.

Como foi a graduação?


O Direito é um curso difícil, porque fala sobre a interpretação das leis. O que me ajudou foi ter encontrado pessoas comprometidas e inteligentes. Desde o segundo período formamos um grupo de cinco pessoas para os trabalhos da faculdade e até hoje atuamos juntos. Esse grupo me fortaleceu durante a graduação.

Você nunca ficou de recuperação. Qual é o segredo?


O segredo é que eu assumi a responsabilidade e desejei muito passar. Também é importante se cercar de pessoas que têm essa mesma determinação.

Você recebeu incentivo de alguém próximo?


Tive muito foco, porque a maioria das pessoas ao meu redor duvidaram de mim. Apenas a minha esposa e os meus filhos confiaram e acreditaram que eu seria capaz. Virei um exemplo para eles.

Já está atuando na área?


Sim! Eu faço consultoria e tenho parceria com três escritórios de advocacia. Já absorvi toda a teoria e agora estou na prática. A minha perspectiva de vida e visão de mundo melhoraram 80%. Além disso, já estou vivenciando uma mudança financeira.

Quais são os seus planos?


Pretendo me especializar na área da Previdência para atuar ajudando as pessoas a garantir os seus direitos na hora da aposentadoria. Também pretendo conseguir um cargo público.

Gostaria de deixar um recado aos jovens?


Com base na minha experiência, eu diria que é muito importante estudar e aproveitar o tempo da juventude, porque a vida passa rápido e vai cobrar isso no futuro.

Por Bruna Littig
Fonte: tribunaonline.com.br

4/Comentários

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