Campeã olímpica de boxe é suspensa e terá que fazer teste genético

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Via @portalg1 | A World Boxing, federação internacional responsável pelo boxe olímpico desde fevereiro, anunciou nesta sexta-feira uma nova política referente a "sexo, idade e peso". A entidade vai exigir teste genético para comprovar gênero tanto para homens quanto para mulheres. A World Boxing afirma que a medida visa "garantir a segurança de todos os participantes e proporcionar uma competição com igualdade de condições para homens e mulheres".

No mesmo comunicado em que introduz a nova política, a World Boxing ressalta que a argelina Imane Khelif está suspensa da categoria feminina e não poderá participar da Copa do Mundo de Eindhoven, entre 5 e 10 de junho, ou de qualquer competição chancelada pela entidade até que passe pelo teste genético. A boxeadora foi campeã das Olimpíadas de Paris e foi vítima de polêmica questionando seu gênero - notícias falsas durante os Jogos afirmaram que ela era uma mulher transgênero. Segundo a nova política da World Boxing, um boxeador que tem o gênero formalmente questionado fica suspenso até passar pelo teste genético, caso de Khelif.

- Esta decisão reflete preocupações com a segurança e o bem-estar de todos os pugilistas, incluindo Imane Khelif, e visa proteger a saúde mental e física de todos os participantes face a algumas das reações que foram expressas em relação à potencial participação da boxeadora na Copa do Mundo de Eindhoven - afirmou o comunicado da World Boxing.

O teste genético no boxe olímpico

A World Boxing afirma que a nova política de teste de gênero mandatório para determinar eligibilidade de homens e mulheres foi desenvolvida por um grupo de trabalho com membros do Comitê Médico e de Antidoping da entidade. Segundo o comunicado, foram consultadas evidências médicas e uma ampla gama de fontes de especialistas de outros esportes.

Todo boxeador com mais de 18 anos que quiser participar de uma competição chancelada pela World Boxing vai precisar passar um exame PCR (reação em cadeia da polimerase) para determinar o chamado sexo biológico, o gênero designado no nascimento. O teste é feito a partir de amostras coletadas por swab nasal, saliva ou sangue. Ele busca identificar o material genético SRY, que revela a presença ou ausência do cromossomo Y.

Segundo a World Boxing, são elegíveis às categorias masculinas atletas designados homens no nascimento, evidenciados pela presença do cromossomo Y no material genético, ou que têm diferença de desenvolvimento sexual (DSD, na sigla em inglês) onde a androgenização masculina ocorre.

São elegíveis às categorias femininas atletas designadas mulheres no nascimento, evidenciados pela presença do cromossomo XX ou ausência do Y no material genético, ou que têm DSD onde a androgenização masculina não ocorre.

Se um resultado de uma boxeadora que deseja competir na categoria feminina apresentar o cromossomo Y no material genético como uma potencial DSD, as amostras iniciais vão ser encaminhadas a especialistas clínicos independentes para triagem genética, perfis hormonais, exame anatômico ou outra avaliação de perfil endócrino por especialistas médicos.

Carta da World Boxing à federação argelina de boxe

Imane Khelif não poderá participar da categoria feminina na Copa do Mundo de Eindhoven, de 5 a 10 de junho de 2025, e em qualquer evento da World Boxing até que Imane Khelif seja submetida a um teste genético de sexo, de acordo com as regras e procedimentos de teste do World Boxing.

De acordo com os Estatutos do World Boxing, as alterações às Regras de Competição são normalmente feitas pelo Congresso. No entanto, em circunstâncias especiais ou emergenciais, o Conselho Executivo do World Boxing detém a autoridade para fazer alterações imediatas quando uma regra for considerada inoperante ou quando a evolução das condições exigir uma alteração.

Em maio de 2025, o Conselho Executivo exerceu essa autoridade e adotou novos critérios de elegibilidade para a participação em categorias de boxe específicas para cada sexo. Essas novas regras de elegibilidade foram desenvolvidas com o propósito expresso de proteger os atletas em esportes de combate, especialmente considerando os riscos físicos associados ao boxe de estilo olímpico.

Informamos que, de acordo com a política da World Boxing, “…caso a certificação de gênero do atleta seja contestada pela federação do atleta ou pela World Boxing, o atleta ficará inelegível para competir até que a disputa seja resolvida…”

Por Redação do ge — Lausanne, Suíça
Fonte: g1

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