Advogado diz, Enfermeiro não trabalhava em clínica de aborto

Homem teria admitido ter indicado Elizangela Barbosa para a clínica. De acordo com a defesa, porém, ele não havia relação profissional.

Water Nunes da Silva, advogado de Rildo Medeiros, acusado de ser o enfermeiro da clínica de aborto investigada pela morte de Elizangela Barbosa na última semana, afirma que seu cliente conhecia os outros envolvidos no casos, mas que ele não teve participação na morte da jovem. O advogado ainda negou relação com Lígia Maria da Silva, considerada a chefe de clínicas de aborto no bairro do Sapê:

"Através de uma vizinha, ele conheceu a Elizangêla. A pedido do marido desta, ele apontou o lugar em que haveria uma clínica de aborto, e a levou até la. Não trabalhava lá. No meio do caminho, ele até a alertou para o risco que ela iria correr", contou o advogado, que disse ainda que Rildo havia levado outra mulher, há cerca de quatro meses, para o mesmo local para realizar um aborto. "A sorte é que ela conseguiu realizar o aborto sem maiores complicações", comentou ele. Segundo Water, Rildo trabalha em pelo menos um posto de saúde em Engenho Pequeno, bairro onde mora, como enfermeiro, além de trabalhar em outro posto de saúde da prefeitura de Niterói.

O delegado que investiga o caso, Adilson Palácio, contou que, em depoimento, Rildo confessou que já havia indicado os serviços de Lígia para uma outra gravida há 6 meses atrás.
"A informação dá indícios do tempo em que a clínica estaria funcionando e que pelo menos duas operações clandestinas ocorreram nesse local", disse Palácio.

Fotos de suspeitos

A Polícia Civil divulgou a foto dos dois foragidos que estão sendo procurados por suposto envolvimento na morte de Elizangela Barbosa, 32 anos, durante uma cirurgia clandestina de aborto em Niterói, Região Metropolitana do Rio, no dia 20 de setembro. A polícia espera que os dois se entreguem ainda nesta terça-feira (30), já que o advogado de defesa deles está em contato com os investigadores.

Segundo o delegado Adilson Palácio, da Divisão de Homicídios (DH), a prisão temporária deles foi decretada e eles foram indiciados por formação de quadrilha e aborto. Ele afirma que pelo menos três casos foram citados em depoimentos.

Sheila Cristina Silva Teixeira, 37 anos, e Wagner Silva, de 27, são filhos de Lígia Maria Silva, que chefiava o esquema  de cirurgias clandestinas em uma casa no bairro de Sape. Wagner teria sido o motorista que levou Elizangela até um hospital depois que a grávida teve complicações com a cirurgia.

Fonte: g1.globo.com
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