Advogados afirmam: ironia contra Aranha é crime racial!

Aranha voltou a ser alvo de injúrias raciais de torcedores do Grêmio, avaliam advogados. O goleiro do Santos disse que foi chamado de “branquelo” pela torcida do time rival durante o jogo contra o Grêmio na noite de quinta ( 17).

“Não me chamaram de preto fedido, mas de branquelo. Era piada?”, indagou o goleiro, que também foi vaiado diversas vezes durante o jogo.

Essa partida aconteceu 21 dias depois que ele foi ofendido com gritos de “macaco” na Arena Grêmio, em episódio que levou à exclusão do clube da Copa do Brasil.

O chamado de “branquelo”, afinal, é nova ação racista? “O que vale é a intenção, não a palavra usada. Não importa se você fala uma palavra que é o oposto da original com a mesma intenção de ofender. Se há um componente racial, você deve aplicar essa lei”, avalia o advogado Mário Solimene Filho, especialista em questões de diversidade racial e sexual.

Não há dúvida de que aconteceu o mesmo que havia ocorrido em agosto, com o agravante da reincidência. A lei diz que não se pode utilizar elementos referentes a cor ou raça em ofensas, afirma Dojival Vieira dos Santos, advogado.

Já diretor jurídico do Grêmio, Thiago Brunetto, disse não ter ouvido ofensas dirigidas ao goleiro, apenas vaias: “É evidente que o goleiro ganhou o protagonismo por causa dessa situação lamentável e que a torcida do Grêmio pegou no pé, vaiou o jogo inteiro. Campo de futebol não é shopping, não é um ambiente de educação. Não podemos criminalizar a vaia.”

O procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, disse que, por ora, não irá investigar o comportamento da torcida gremista no reencontro com o goleiro do Santos. Para ele, não há “registros de ocorrências significativas”. (Folhapress)

Fonte: opovo.com.br
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