Acusado de liderar trio de canibais chega ao Fórum de Olinda

http://goo.gl/077RJa | Chegou por volta das 9h desta sexta-feira ao Fórum de Olinda o professor de educação física Jorge Beltrão, de 53 anos. Jorge é apontado como chefiar o trio acusado de matar, esquartejar, ocultar o cadáver e praticar canibalismo contra a adolescente Jéssica Camila, em Olinda, há seis anos. Hoje, ele e as outras rés, Isabel Pires, 53, e Bruna Silva, 24, vão conhecer o veredito da justiça, que srá anunciado pela juíza Maria Segunda Gomes de Lima.

Os três respondem por homicídio quadruplamente qualificado - por motivo fútil, com emprego de meio cruel, sem dar chance de defesa à vítima e para assegurar impunidade -, ocultação de cadáver, entre outros. Eles começaram a ser investigados em 2012, após a descoberta de restos mortais na residência onde eles viviam, em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, onde ocorreram outros dois crimes pelos quais o trio ainda não foi julgado.

Depoimento

Nesta quinta-feira, por volta das 13h30, o primeiro acusado começou a prestar depoimento. Jorge Beltrão, apontado como mentor dos crimes, contou - de olhos fechados - os detalhes do esquartejamento, mas negou que a carne humana tivesse sido usada na produção de salgados vendidos em Garanhuns, no Agreste. Além disso, o réu alegou nunca ter sido consultado pelo psiquiatra forense Lamartine de Holanda. Disse tomar remédio controlado e confirmou que a morte de Jéssica estava escrita no livro "Relatos de um Esquizofrênico", de sua autoria.

Ainda durante o depoimento, disse estar arrependido da morte de Jéssica e dos crimes praticados em Garanhuns, mas não quis falar sobre os casos do Agreste. "Foi um momento de extrema fraqueza e me sinto na posição das pessoas que perderam seus entes queridos. Minha verdadeira prisão é minha consciência. Meus colegas de cela ficam agoniados quando estou sem remédio porque dizem que eu fico nervoso, agitado.  Mas eu não lembro disso. Essa depressão é por causa das vítimas", disse.

Quando questionado sobre quantas pessoas tinha matado, foi categórico ao dizer que foram "só as três". Sobre a seita 'Cartel', disse que a criou há muito tempo, mas não havia atividade. "Cheguei a fazer doações para ONGs e umas três ou quatro famílias. Fazíamos doações de alimentos e denominamos de Cartel. Foi quando resolvi fazer esse trabalho com Bel e Bruna". E terminou o depoimento pedindo para rezar.

"Pai celeste, em nome do seu filho Jesus, obrigado pela oportunidade de falar a verdade. De estar aqui pagando por algo que fiz. Também gostaria de pedir consolo para as famílias que perderam seu parentes e também por Bel e por Bruna".

Fonte: diariodepernambuco.com.br
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