Famílias de desaparecidos protestam em frente a sede da OAB

http://goo.gl/M8Zr5I | Familiares de desaparecidos realizam um ato, na manhã desta sexta-feira (12), na porta da sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no centro de Maceió, para cobrar uma resposta das autoridades policiais. Um dos casos é o do adolescente Davi da Silva, 17, que está há 109 dias desaparecido após ter sido abordado por uma equipe do Batalhão da Rádio Patrulha da Polícia Militar (BPRP), no Conjunto Cidade Sorriso I, no complexo do Benedito Bentes, na capital alagoana.

O primo de Davi, Magno Francisco, reclamou da demora de uma resposta no caso e chegou a comparar o desaparecimento com o caso do Amarildo no Rio de Janeiro. "Formaram uma comissão de delegados, mas não vimos muita diferença. A delegada disse que já identificaram os policiais, que entraram em contradição, mas não falaram os motivos, nem qual foi o confronto de informações", disse.

A vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Paula Simony, explicou que depois do caso do Davi, o número de denúncias de desaparecidos aumentou. Segundo ela, além desse caso, outras oito famílias procuraram a OAB para pedir apoio. Duas delas tiveram parentes levados para outros estados e suspeitam de trabalho escravo.

"Nós cobramos das autoridades que investiguem os casos, informamos a Corregedoria e a Defesa Social. Estamos cobrando a criação de uma delegacia para investigar casos de desaparecidos porque vemos muitas famílias que não sabem onde fazer a denúncia", falou.

Parentes de outros desaparecidos também compareceram no local. Uma delas é Hemolina Apolônia da Conceição, 65, que teve o filho, José Augusto dos Santos, desaparecido no bairro Santos Dumont, em 26 de agosto deste ano. "Ele saiu de casa e não voltou. Mesmo depois de quatro meses, ainda tenho esperança que hoje alguém o encontre e traga alguma notícia", conta emocionada.

Outro caso é o de Jolielson da Silva Barbosa, 35, que saiu de carona com um conhecido do conjunto Denisson Meneses, no dia 5 de agosto. "O homem que deu carona disse que deixou ele na Ufal [Universidade Federal de Alagoas], mas ele nunca mais apareceu. Ele tem problemas mentais, mas sabe voltar para casa", disse a tia Esmeralda Barbosa dos Santos.

Fonte: g1.globo.com
Anterior Próxima