Ex-enfermeiro alemão confessou ter cometido mais de 30 homicídios por tédio

http://goo.gl/qywhw4 | Um tribunal alemão foi hoje informado de que um ex-enfermeiro admitiu ter matado mais de 30 doentes num hospital onde trabalhou, alegadamente por se sentir entediado.

Um especialista psiquiátrico disse na sala de audiências que o arguido confessou os assassínios durante sessões de avaliação recentemente realizadas, indicou um porta-voz do tribunal.

O ex-enfermeiro foi levado a julgamento em Oldenburg, no norte da Alemanha, em setembro, sob a acusação de homicídio de três doentes e tentativa de homicídio de outros dois.

O perito disse que o arguido admitira a culpa nessas acusações e que dissera igualmente que tinha fornecido medicamentos em dose superior à prescrita a 90 doentes, 30 dos quais morreram, disse o porta-voz.

Os investigadores suspeitam de que a sua intenção era desencadear situações de emergência médica nos doentes para poder mostrar a sua competência em matéria de técnicas de reanimação, mas que ele também terá agido por se sentir entediado.

As mortes ocorreram na clínica Delmenhorst, localizada perto de Oldenburg, no estado da Baixa Saxónia, onde o acusado trabalhava na unidade de cuidados intensivos entre 2003 e 2005.

O psiquiatra, que se reuniu quatro vezes com o arguido recentemente, disse ainda ao tribunal que o homem, que tinha anteriormente trabalhado noutras clínicas, num lar de terceira idade e em serviços de emergência médica, afirmou não ter matado mais ninguém em qualquer desses sítios, referiu o porta-voz.

O ex-enfermeiro terá expressado profunda vergonha pelos seus atos e declarado estar consciente do sofrimento que causou aos familiares das vítimas, indicou a agência noticiosa nacional, DPA.

O porta-voz do tribunal frisou que o depoimento do perito ao tribunal não é legalmente considerado uma confissão do arguido, que até agora não falou em tribunal.

Uma comissão especial da polícia e do ministério pública batizada como "Kardio" está agora a verificar todas as mortes ocorridas nos locais onde o arguido anteriormente trabalhou.

Um colega do ex-enfermeiro apanhou-o em flagrante quando este estava a injetar os doentes, em 2005, noticiou a DPA.

Em 2006, o enfermeiro alemão Stephan Letter, que se tornou conhecido na imprensa como "o Anjo da Morte", foi condenado a prisão perpétua por administrar injeções letais a 28 doentes, na maioria idosos, naquilo que o ministério público descreveu como "uma linha de montagem" de assassínios.

Um ano depois, uma enfermeira do prestigiado hospital Charite, em Berlim, foi condenada a prisão perpétua por ter matado cinco doentes em estado grave com 'overdoses' medicamentosas.

Fonte: sicnoticias.sapo.pt
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