As duas celas da delegacia com capacidade para quatro detentos abrigam 25. São presos que cometeram crimes como tráfico de drogas, violência doméstica, roubo seguido de morte. Sem espaço adequado, uma detenta fica na área reservada para o banho de sol. Três adolescentes infratores ficam na sala administrativa, antes usada como auditório. Um outro preso foi algemado no corrimão da escada.
"As celas são desumanas, são pocilgas, onde se joga os cidadãos ainda que na condição somente de indiciados e os mantém numa situação daquela" diz a conselheira da OAB Ana Maria de Oliveira.
A cadeia pública de Planaltinha de Goiás tem 146 vagas. Todas estão ocupadas. Por esse motivo, a unidade foi interditada em agosto do ano passado e não pode receber novos presos. O caso já está na Justiça.
"A gente cumpre ordem judicial e nossa função é prender as pessoas. Se houver uma determinação judicial, eles serão soltos", afirma o delegado Cristiomário Medeiros.
É isso o que querem os representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, que estiveram na delegacia.
"Fazer um relatório e encaminhar para o juiz da execução penal. Ele que vai analisar essa possibilidade de libertar alguns presosi", diz Hélio Bertoldo Gomes, presidente da OAB de Planaltina de Goiás.
A possibilidade dos presos voltarem para as ruas preocupa a população. “Eu acredito que o governo tinha que ver um jeito de remanejar esse pessoal pra outro local, ao invés de soltar e deixar roubando pai de família, botando a vida dos filhos da gente em perigo", diz André Pereira, mestre de obras.
O juiz de Planaltina de Goiás, Alano Cardoso e Castro, informou que os presos que puderem ter progressão de pena vão receber o benefício. A direção da unidade prisional de Planaltina disse que a obra de ampliação da cadeia pública deve ser entregue só em março.
Fonte: g1.globo.com