Mulher denuncia à polícia suposto golpe de advogado em Maceió

http://goo.gl/Une4Yf | Uma funcionária pública procurou a polícia para denunciar que foi vítima de um golpe em Maceió. Rossana Porciúncula conta que contratou um advogado para dar entrada em setembro em um processo de revisão do contrato de financiamento dos dois veículos da família, mas ele não fez o que foi acordado e tentou se apropriar indevidamente de todo o dinheiro que ela pagou.

Rossana ainda diz que os dois carros são financiados e que as parcelas de ambos custam R$ 1.140. Após os cálculos do advogado Antônio Ferreira Alves Neto, o valor seria reduzido para a quantia de R$ 632,15.

“Ele fez a revisão dos cálculos e disse que eu deveria depositar o dinheiro na conta dele, que em seguida, depositaria em juízo. Só que o advogado não deu entrada no processo, cobrou os honorários e ainda ficou as seis parcelas de R$ 632,15 que já havia depositado na conta dele”, afirma.

À reportagem do G1 o advogado Antônio Ferreira disse que a Rossana só entregou toda a documentação no dia 27 de outubro e que demorou para dar entrada no processo por causa do recesso judiciário, que foi de 20 de dezembro a 5 de janeiro, mas que já deu início à ação.

“O dinheiro que ela me pagou, depositei em juízo, não fiquei com nada. Demorei a dar entrada no processo por causa do recesso [do judiciário] e porque ele é muito complexo e tinha que fazer cálculos aprofundados. Ela sabia que poderia ficar negativada e mesmo assim quis o processo”, afirma o advogado.

Contudo, o corregedor da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas (OAB-AL), Davi Lima, disse que este não é um tempo razoável para que o advogado entre com um processo. "Ele deveria ter essa noção que não teria tempo para atendê-la. Não é correto deixar uma cliente esperar tanto tempo sem resposta. No mínimo, ele deveria ter cancelado o contrato e feito outro a partir da data da entrega dos documentos", afirma.

Na última terça-feira (10), Rossana foi com o filho na Central de Flagrantes, no bairro do Farol, para registrar um Boletim de Ocorrência (BO) contra o advogado.

De acordo com o filho de Rossana, Yure Porciúncula, eles só desconfiaram da ação do advogado depois que representantes do banco começaram a ligar e dizer que não havia nenhum processo de revisão aberto.

“Fui ao Tribunal de Justiça e pedi para que me entregassem todas as ações movidas no nome da minha mãe e não tinha nada. Foi quando percebemos que caímos em um golpe. Ele [advogado] queria ainda fazer um acordo, mas eu nem quis ouvir e disse que ele não representava mais a minha mãe”, diz.

Ainda segundo o filho da vítima, o advogado só deu entrada no processo, no dia 6 de março. "Seis meses depois ele deu entrada na revisão e fez isso só para se livrar da culpa e do processo que vamos mover contra ele. Minha mãe está negativada e não pode fazer mais nenhuma compra”.

Yure Porciúncula diz ainda que entrou com uma representação contra o advogado na OAB. “Minha mãe está muito depressiva e chora bastante. Compramos esse bem com muito sacrifício. O banco liga todos os dias e disse que hoje iria apreender nossos carros”, ressalta.

A OAB informou que, diante da representação movida pela família, será aberto um processo disciplinar contra o advogado. "O Tribunal de Ética da OAB vai apurar as denúncias e ele vai ser julgado. Se for condenado, ele terá que devolver a quantia investida pela cliente e não poderá advogar até devolver todo o dinheiro", reforça.

Fonte: g1.globo.com
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