Novo presidente da OAB, Claudio Lamachia, diz que tentativa de recriar CPMF é 'absurdo'

http://goo.gl/6PwWSw | Durante posse para três anos de mandato na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o novo presidente da entidade, Claudio Lamachia, criticou a proposta do governo de recriar a CPMF, tributo sobre movimentações financeiras extinto em 2007. Em discurso para a categoria, ele disse que a tentativa do governo revela "uma sanha tributária sem limites".

"Um consumado absurdo, próprio de quem vê o povo famélico e o manda comer brioches", afirmou, acrescentando que um tributo só pode ser cobrado sobre a manifestação da riqueza. "Vos pergunto: que riqueza é essa que a presidente da República vê para tributar em meio a uma das maiores recessões da história deste país?", completou, sob palmas.

Na fala de quase uma hora, Lamachia também pediu união para tirar do Brasil "do atoleiro em que se encontra", destacando a "crise política, moral e econômica sem precedentes". Em boa parte do discurso, também criticou a classe política envolvida em escândalos de corrupção.

"Certo é que o Petrolão está aí para nos mostrar bem tudo isso. E a caixa-preta do BNDES? E a Operação Zelotes? E o Eletrolão? Enfim, quanto esquemas de corrupção há neste país ainda para se desvendar?", disse, também muito aplaudido.

Mais à frente, reiterou apelo já feito em favor do afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e pela saída de Delcídio do Amaral (PT-MS) do cargo de senador.

Em outro momento, falou que o Estado brasileiro é "medieval": "ao invés de trabalhar pelo seu progresso, age como um parasita consumindo todas as forças de seu hospedeiro". "A economia do país derrete, e a única coisa que se vê são algumas autoridades tentando salvar seus próprios mandatos. Enfim: todos pensam em si mesmos e ninguém pensa na Nação, que hoje mais parece uma nau à deriva", afirmou.

Lamachia foi mais aplaudido quando defendeu que uma pessoa só seja punida depois de esgotados todos os recursos na Justiça. A posição contraria recente julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que admitiu o início da execução de uma pena após decisão da segunda instância.

Antes de Lamachia, seu antecessor, Marcus Vinicius Furtado Coelho afirmou que a OAB não é "governo nem oposição". "Somos sociedade civil. Nosso partido é a Constituição da República e nossa ideologia é o Estado Democrático de Direito", disse.

A cerimônia contou com ministros de tribunais superiores, representantes de entidades internacionais da advocacia e, representando o goverrno, o ministro Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência).

Fonte: G1
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