Palavras ofensivas: Professor escreve 'mau-caráter' e 'mentiroso' em prova de criança

goo.gl/P2ASzt | Um professor da escola Aurea Pires Montes de Souza, no bairro Aeroporto Velho, em Rio Branco, escreveu que um aluno de 11 anos era "mal comportado, mal educado, mal criado, mau-caráter e mentiroso" ao devolver a prova de história da criança. O homem escreve ainda que a "única coisa aproveitável" do aluno é a inteligência e que espera que ele a use para o bem.



Professor escreveu que aluno era mau-caráter e mentiroso em prova (Foto: Helen Vitória/Arquivo Pessoal)

Ao G1, a Secretaria de Educação do Acre (SEE-AC) informou que a direção da escola enviou toda a documentação para a o órgão e que deve ser aberta uma sindicância para investigar o caso.

A mãe do menino, a estudante Helen Vitória, de 32 anos, disse que a prova ocorreu no dia 12 de dezembro, mas, após ser entregue pelo professor, o filho ficou com medo e escondeu o papel por ao menos três dias. Somente na última segunda-feira (19), ela parou para ler o que havia escrito na prova.

"Achei um absurdo, meu filho nem sai de casa sozinho, ele não é de ser mal criado na rua. Eu que sou mãe nunca chamei meu filho de 'mau-caráter', então, por que um professor tem direito de fazer isso? Essa pessoa é completamente despreparada. Por mais chateado que ele esteja com o aluno, ele jamais pode falar isso. Se ele tinha problemas deveria ter acionado a escola e me chamado. Moro perto da escola, bastava uma ligação e isso seria resolvido", afirma.

Quando a criança comentou, a mulher diz que pensou ser algo mais leve como um pedido para que o aluno não conversasse durante a aula. Helen diz que não conseguiu acreditar nas palavras que lia e quase chorou quando o filho disse que não sabia o que era um mau-caráter.

"Na hora que li, procurei a coordenação da escola. A direção me apoiou, disse que era uma falta de ética muito grande do professor, tiraram uma cópia da prova e encaminharam para a Secretaria de Educação (SEE). Meu filho ficou muito triste, disse que não sabia o que era um mau-caráter e que não queria ser isso. Eu disse que ele vai ser um homem de bem que vai estudar, se formar e ter um emprego", conta.

Helen conta que foi chamada algumas vezes na escola devido ao filho conversar durante as aulas. Ela conta também que já havia procurado a direção para reclamar do mesmo professor por não ter aceitado um trabalho do filho que teria sido entregue dentro do prazo determinado. A escola teria informado à ela que o contrato do educador estava encerrando e que não seria renovado para a instituição.

"Meu filho era uma criança alegre e agora as férias começaram e ele nem quer sair para brincar. É muito triste, isso afeta demais uma criança. Quando não aceitou o trabalho do meu filho, a criança questionou e foi expulsa da sala de aula. Achei que meu filho tivesse feito algo de errado, mas disseram que não houve nada errado. Espero que sejam tomadas as medidas necessárias e que isso não aconteça mais com nenhuma criança", finaliza.

Por Quésia Melo
Fonte: G1

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