Tentativa de homicídio: pai e filho são condenados a 9 anos por atentado contra promotor

goo.gl/BeKGf7 | Os dois réus acusados de tentar assassinar o promotor de Justiça Marcus Vinícius Ribeiro Cunha, na cidade de Monte Carmelo, foram condenados, cada um, a nove anos e quatro meses de prisão. O julgamento foi realizado no Fórum Abelardo Penna, em Uberlândia, e se estendeu até a madrugada desta quinta-feira (30).

Valdelei José de Oliveira foi apontado durante as investigações como mandante do crime sendo o filho dele, Julianno Aparecido de Oliveira, autor dos disparos de arma de fogo contra o promotor. A soma das penas de pai e filho leva em consideração a tentativa de homicídio duplamente qualificado, cujas qualificadoras do crime são motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima.

O julgamento foi presidido pelo juiz da Vara de Crimes contra a Pessoa e de Precatórias Criminais de Uberlândia, Dimas Borges de Paula. Ao todo, sete jurados participaram do julgamento.

Os réus chegaram ao fórum pouco antes das 13h nesta quarta-feira (29). Além deles, foram ouvidos o promotor, três testemunhas de acusação e outras quatro de defesa.

De acordo com um dos advogados dos autores, Ismar Martins da Costa, o julgamento durou quase 15 horas tendo a audiência terminado por volta das 4h. A defesa vai estudar se entra com recurso ou não para atenuar a pena dos clientes.

“Terminando essa fase, a gente parte para a fase de apelação. Então vamos entrar em contato com os familiares para ver se entrar com o recurso a fim de, talvez, diminuir a pena”, disse Costa.

Julianno estava preso há pouco mais de um ano no sistema prisional de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e retorna para a cidade a fim de cumprir a sentença, que abate o tempo em que ele já havia ficado detido. O pai dele já estava preso no Presídio Professor Jacy de Assis e permanece cumprindo a pena em Uberlândia.

O crime

De acordo com a denúncia, Julianno foi incentivado pelo pai, o ex-presidente da Câmara Municipal de Monte Carmelo, a cometer o crime por vingança em razão de ações movidas contra ele.

Marcus Vinícius era promotor de Justiça na cidade e, em 2013, esteve à frente da operação "Feliz Ano Novo", que teve como objetivo desmontar esquema de fraudes em licitações e desvio de dinheiro público na Prefeitura e na Câmara Municipal de Monte Carmelo. Valdelei foi afastado, por ordem judicial, do cargo de vereador.

No dia 21 de fevereiro de 2015, o promotor foi abordado em frente à sede da Promotoria, onde trabalhava de plantão, por um motociclista, que efetuou 15 disparos contra o veículo dele. Três tiros atingiram as costas de Marcus Vinícius e ele ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular de Uberlândia até se recuperar.

Após verificar as imagens de videomonitoramento das imediações do crime, foi apontado que Julianno, com 22 anos na época, foi o autor dos disparos. A polícia foi até a casa dele, em Romaria, realizou buscas no local e encontrou a motocicleta e uma pistola calibre 32.

Durante depoimento no salão do júri, Julianno confessou a autoria no crime porque achou que o pai estava sendo perseguido pelo promotor e que o pai não teve nada a ver com o crime. Valdelei, por sua vez, disse que não teve envolvimento com o crime e que não tinha nada contra o promotor. Acusou o filho e disse que ele deveria ser punido pelo que fez.

Por Caroline Aleixoa
Fonte: g1 globo

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