Em ação inédita, Centro de Paternidade concede a padrasto o direito de registrar o enteado

goo.gl/sFf9aD | Ele é meu filho. Sempre foi meu filho”, disse o pedreiro Leandro dos Santos Leite que conseguiu dar seu nome ao menino que está sob seus cuidados desde que nasceu. Esta foi a primeira vez que o Centro de Reconhecimento de Paternidade (DRP) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) concedeu ao padrasto o direito de registrar o enteado. A decisão foi possível graças a um provimento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicado em novembro deste ano.

Leandro conheceu a mulher há dez anos quando ela ainda estava grávida. O pai biológico do menino não o registrou após o nascimento dele. “Meu filho sempre me perguntava porque não tinha o meu nome. Os coleguinhas da escola ficavam perguntando também. Eu nunca vi nada demais colocar o meu nome no documento dele. Só não sabia como fazer isso”, contou o pedreiro.

Este ano, assistentes sociais foram à Comunidade Dandara, no bairro Céu Azul, na Região da Pampulha, onde Leandro mora com a família, para falar sobre um mutirão de reconhecimento de paternidade. "Fiquei sabendo da iniciativa e fui lá, né?", disse ele.

Porém, o pedreiro foi ao TJMG cerca de 15 dias antes da publicação do provimento, quando ainda não havia a possibilidade de fazer o registro. “Fiquei na fila, mas depois fiquei sabendo que eu não ia poder colocar o meu nome. Fiquei revoltado. Fiquei nervoso mesmo”, disse ele.



Leandro dos Santos Leite, o filho e a mulher participam de audiência para reconhecimento no TJMG. (Foto: Renata Caldeira/TJMG/Divulgação)

Duas semanas depois, ele soube que finalmente poderia dar seu nome ao menino. “Foi muita emoção. Era o sonho dele”.

Além do garoto de dez anos, Leandro também criou a filha da mulher. A jovem, hoje com 16 anos, tinha seis anos quando a mãe e o padrasto começaram o relacionamento.

“Ela tem o nome do pai biológico, mas me trata como pai. É minha filha também, né? Amo como uma filha”, disse o pedreiro.

Lenadro e a mulher também tiveram um filho juntos.

Por Thais Pimentel
Fonte: g1 globo

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