Demência: Suprema Corte suspende execução de preso que não se lembra de crime

goo.gl/WuZHyc | A Suprema Corte dos Estados Unidos suspendeu, no último momento, a execução de um homem com um quadro de demência bastante avançado. A sentença de morta tinha cumprimento programado para esta quinta-feira, no estado do Alabama.

Ao menos cinco dos nove juízes do principal tribunal do país respaldaram a medida em favor de Vernon Madison, de 67 anos. Três magistrados, de perfil mais conservador, se manifestaram contra a iniciativa.

A União Europeia fez, na quarta-feira, um "apelo humanitário urgente" para Madison. Nos últimos anos, o detento sofreu vários acidentes vasculares cerebrais, que provocaram graves lesões. Os AVCs suscitaram o agravamento da demência, a ponto de o condenado não recordar o crime pelo qual responde na Justiça, segundo os advogados. O condenado tampouco poderia compreender sua iminente execução.

Confuso, incapaz de falar corretamente ou caminhar sozinho, Madison perdeu boa parte da visão e sofre de incontinência, explicaram seus representantes legais. Testes de QI e memória realizados recentemente comprovaram a alegação. Ele está há mais de três décadas no corredor da morte pelo assassinato do policial Juius Schulte, em 1985, na cidade de Mobile, no Alabama.

Um juiz determinou a pena de morte depois de rejeitar a recomendação de um júri popular para uma condenação à prisão perpétua.

Segundo as acusações, o oficial foi chamado por uma ocorrência doméstica que envolvia Madison, sua namorada e a filha dela, considerada desaparecida. Quando chegou ao local e constatou que a criança já estava com a mãe, Schulte presenciou uma briga entre o casal e resolveu esperar dentro de sua viatura até que o homem fosse embora. Nesse momento, irritado pela situação, Madison atirou contra o policial com sua pistola e o matou com um disparo na cabeça.

Atualmente, são 31 os estados nos EUA que ainda mantêm a pena de morte. Desde a lei sobre a pena capital foi reeditada em 1976, foram 61 execuções no estado. Outros 191 detentos estão no corredor da morte.

Fonte: oglobo.globo.com

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