'Não é o momento', diz Bolsonaro sobre aumento de salário dos ministros do STF

goo.gl/BZWFbj | O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que vê com "preocupação" o possível aumento de salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que o momento não é adequado para o reajuste. O Senado pode votar nesta quarta dois projetos de lei que garantem aumento para ministros do STF e para o procurador-geral da República, o que pode provocar um efeito cascata no contracheque do funcionalismo público.

- Estamos numa fase de ou todo mundo tem ou ninguém tem. Nós sabemos que o Judiciário é o mais bem aquinhoado entre os poderes, a gente vé com preocupação e espero que o Parlamento por sua maioria decida da melhor maneira possível - afirmou Bolsonaro, ao sair de um café da manhã na sede do Comando da Aeronáutica.

O presidente eleito disse esperar um "gesto de grandeza" do Judiciário:

- Todos têm que colaborar para que o Brasil saia dessa crise e o Poder Judiciário, no meu entender em um gesto de grandeza, com toda a certeza, não fará tanta pressão assim por esse aumento de despesa - destacou.

Questionado se iria pedir para o presidente Michel Temer vetar o reajuste, Bolsonaro disse que só vai responder a pergunta caso a proposta seja aprovada no Congresso.

Caso aprovada, as duas remunerações sobem de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil. O aumento rovoca reajustes entre magistrados e também no Ministério Público Federal. Como o vencimento dos ministros do STF serve como teto para o funcionalismo federal, o aumento também afeta o Poder Executivo.

As duas propostas são de 2015 e estavam na gaveta da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) desde 2016. Ontem, os senadores aprovaram requerimento de urgência para apreciá-las em plenário. Os textos já foram aprovados na Câmara e, depois de aprovados na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, ficaram paradas na CAE. O relator das duas matérias no colegiado, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), deu parecer contrário a elas. Sem votação na CAE, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), pautou a urgência para o plenário ontem.

'Um poder só'


O presidente eleito esteve ontem com Eunício Oliveira e com o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, durante sessão solene no Congresso em homenagem aos 30 anos da Constituição , e voltou a se encontrar com Toffoli na manhã desta quarta. Bolsonaro disse que não tratou do aumento salarial e que defendeu a união entre Executivo, Legislativo e Judiciário:

- Todos nós estamos no mesmo barco, falei com Toffoli ontem, que não vou falar que existem três Poderes, é um Poder só, que o que está em jogo é o futuro do Brasil - seguiu Bolsonaro.

Mateus Coutinho
Fonte: oglobo.globo.com

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