Juiz diz que cadeia não ressocializa ninguém, mas garante que manteve suspeito de crime preso

goo.gl/j6JQQp | O juiz Abel Balbino Guimarães, da 4ª Vara Criminal, afirmou nesta sexta-feira (8) que cadeia não ressocializa quem comete pequenos delitos.

Uma decisão do magistrado ganhou repercussão na última semana após ele citar que “cadeia não é a solução para a redução da quantidade de crimes” ao julgar um caso de receptação, tendo como réu um jovem que também confessou ter cometido latrocínio contra um servidor público de Várzea Grande.

“É mais ou menos assim: se você tem uma gripe, trata de uma gripe, mas se você tem um câncer, trata do câncer. Nesse processo, houve um crime leve”, explica o juiz, referindo-se à receptação.

Apesar de ter determinado a liberdade de Lucas do Espírito Santo, de 19 anos, pelo crime de receptação, o juiz diz que manteve a prisão do acusado pelo crime de latrocínio.

“Se a pessoa foi presa por um simples furto, que a pena vai até 4 anos, uma receptação simples, que a pena vai ate 4 anos, eu sou obrigado a colocar em liberdade”, explica.

No processo em que ganhou liberdade, Lucas Silveira do Espirito Santo, de 19 anos, responde pelo crime de receptação. Porém, conforme a Polícia Civil, ele foi preso recentemente por ter matado Charles Willian Antônio dos Santos, 36 anos, que trabalhava como vigia em uma creche no Bairro da Manga e no dia do crime, havia levado a mulher para ministrar um curso no Pronto-Socorro do município.

Fórum de Várzea Grande — Foto: Tribunal de Justiça de Mato Grosso

Preso, o suspeito confessou a autoria do crime e confirmou que atua como “ladrão de veículos”. De acordo com o suspeito, a intenção era roubar o carro, mas a vítima o reconheceu já que eles tiveram um desentendimento alguns meses antes na porta da creche em que o servidor trabalhava.

Audiência de custódia


O juiz garante que desde o dia 1º de janeiro de 2017, realizou 231 audiências de custódia, das quais 173 resultaram em prisão e 58 em liberdade.

“Na prática, a pessoa que acabou de ser presa é identificada pelo sistema, a gente puxa a ficha dela, isso se chama checar, e aí vamos ouvir a pessoa. A primeira pergunta que eu faço para a pessoa é a que horas e em que local ela foi preso. Pergunto qual polícia prendeu e como foi a prisão. Porque o que eu estou querendo saber é se a polícia fez bem o serviço dela. Porque o bom policial, aquele preparado, especialmente os da Polícia Militar, que são os que mais prendem nessas situações, ele faz direitinho. Se as vezes houve algum espancamento é porque houve alguma violência por parte dele e a polícia é obrigada, no estrito cumprimento do dever legal, a reprimir essa violência”.

Fonte: g1 globo

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