O Advogado Criminalista nem sempre é bem compreendido! Por Roberto Parentoni

bit.ly/2Rk44eL | Quem é advogado criminalista e já teve a oportunidade de atuar em casos de repercussão na imprensa e comoção social sabe, na prática, que por vezes a atividade é mal compreendida por parte da população.

Alguns pensam que o advogado criminalista existe para defender bandidos, criminosos contumazes que deveriam ser deixados para apodrecer na prisão. Já fui ofendido por populares e já vi colegas sofrerem o mesmo tipo de incompreensão. Estas atitudes, num mundo perfeito, não deveriam fazer parte da nossa vida profissional, mas fazem!

Não vivemos no mundo perfeito, decididamente. No entanto, é importante jamais se deixar abater e nem se intimidar por estas reações emocionais. Temos, por dever de ofício, que seguir adiante com o nosso trabalho, agindo sempre com correção e ética.

É até compreensível que alguns tenham dificuldade para entender que o advogado criminalista não defende o crime cometido por seu cliente, mas sim os seus direitos assegurados por lei. Aliás, cabe enfatizar: todos os cidadãos têm direito a defesa, independentemente da natureza e gravidade do crime que porventura tenham cometido.

Sabemos que, em razão da repercussão mediática de alguns crimes, sobretudo os tipificados como hediondos, a emoção se sobrepõe à razão e se pede uma solução de via rápida, com a supressão do direito de defesa, o que não consta em nenhum artigo ou parágrafo do nosso Código Penal. Por isso, tal pedido jamais é atendido. Ainda bem, pois o risco de se cometer injustiças seria bem maior!

O advogado criminalista, qualquer que seja o caso em tela e sua repercussão na sociedade, não pode jamais abrir mão da razão e do equilíbrio. Ele não pode esquecer, em hipótese alguma, que lida com a vida humana, sua liberdade e reclusão. O bom senso e o conhecimento são suas armas estratégicas para a escolha dos melhores caminhos de defesa.

Vale lembrar sempre, e o advogado criminalista deve estar atento, que o processo criminal, qualquer que seja ele, não raro trará em seu interior folhas e mais folhas com histórias trágicas, tanto das vítimas como dos acusados que, por sua vez, não serão menos trágicas que o cometimento de um crime, embora pareça, num primeiro momento, que é a vítima é a única perdedora.

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Roberto Parentoni
Advogado (SP) e Professor
Fonte: Canal Ciências Criminais

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