Justiça manda soltar suspeito de estupro coletivo e mantém prisão de PM

Via @metropoles | A Justiça de Goiás revogou, nessa quarta-feira (20/10), a prisão de Daniel Dias Marques, preso em flagrante por estupro coletivo em Águas Lindas (GO).

A vítima é uma jovem de 25 anos. O Metrópoles havia antecipado que ela, em novo depoimento à polícia, afirmou que Marques não participou do suposto crime. Como medida cautelar, o investigado foi proibido de se ausentar da cidade quando “a permanência seja conveniente ou necessária para investigação ou instrução”, diz a decisão.

O homem é dono da casa onde os abusos teriam ocorrido. Ele também é irmão do subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Irineu Marques Dias. O militar segue preso por possível participação no ato. O outro detido foi identificado como Thiago de Castro Muniz. Ambos foram indiciados pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Águas Lindas e tiveram o pedido de liberdade provisória negado.

Segundo a titular da Deam, Tamires Teixeira, a denúncia mantém a versão de que houve estupro coletivo. “O inquérito foi relatado e vai ser remetido ao Judiciário hoje também”, afirmou Teixeira.

A delegada afirmou que a investigação conseguiu elementos para indiciar os suspeitos. Os investigadores ainda esperam resultados complementares do laudo do IML. A polícia deixou de fora da denúncia o irmão do subtenente da PMDF Daniel Dias Marques, após vídeo que o mostra completamente embriagado no dia do crime. O relatório da PCDF ainda comentou sobre o laudo do IML, que não encontrou vestígios de atos sexuais.

“Em um primeiro momento, causa estranheza que uma vítima, abusada por cinco homens, por várias horas, não tenha nenhuma lesão na vagina nem apresente sequer vestígio de conjugação carnal recente. Entretanto, sabe-se que crimes sexuais nem sempre deixam vestígios, mormente quando praticado com mulher adulta, com vida sexual ativa”, pondera o relatório. “Ademais, a própria vítima alega que não esboçava reação nem tentava reagir, por medo de ser morta, em razão da presença de arma de fogo no local”, completa.

A delegada ainda defende no relatório a importância na palavra da vítima, que, muitas vezes, é o único elemento em casos de estupro. “Desacreditar a vítima, nessa fase inquisitorial, só faz aumentar a cifra negra existente nos crimes sexuais, pois inúmeras vítimas se sentem sozinhas e desamparadas, não tendo coragem de denunciar abusos”, afirmou a delegado, no texto.

A defesa dos dois homens emitiu nota sobre os indiciamentos. “A defesa dos acusados respeita plenamente o trabalho desenvolvido pela Autoridade Policial, sem, contudo, concordar”, escreveram. “A defesa repudia veemente a conclusão do Relatório Final, já que não corresponde à realidade das apurações”, completaram os advogados.

O caso

Na segunda-feira (11/10), a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) abriu investigação contra o subtenente Irineu Marques Dias. O militar foi acusado de cometer estupro contra a jovem de 25 anos em uma festa na cidade goiana.

A suposta violência teria acontecido no sábado (9/10), durante uma festa organizada pelo irmão do subtenente Daniel Marques Dias. Irineu, Daniel e um terceiro homem, identificado como Thiago de Castro Muniz, também foram identificados pela mulher como autores do abuso.

Na sexta-feira (15/10), a jovem mudou a versão dada à polícia e retirou a acusação contra Daniel.

No primeiro depoimento, a moça contou aos policiais que ela teria ido à festa na sexta-feira (8/10), já com o objetivo de virar a noite. Na madrugada de sábado, duas mulheres a teriam convidado para dormir. Depois de entrar no quarto, as duas teriam saído e, em seguida, entrou o militar, com uma arma.

Ainda segundo a versão da mulher, o policial a teria abusado sexualmente e, depois, foi seguido por mais cinco pessoas, que se revezaram no estupro. Por fim, ela teria conseguido escapar e buscado ajuda com vizinhos. O Corpo de Bombeiro Militar do Estado de Goiás (CBMGO) prestou apoio a mulher e a levou ao Hospital Municipal Bom Jesus.

Após a denúncia da jovem, os acusados foram conduzidos à 17ª Delegacia Regional de Águas Lindas e foram presos em flagrante. Nessa quarta-feira (13/9), o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) negou o pedido de liberdade da defesa dos acusados.

Fonte: metropoles.com

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