Vídeo: professor usa roupa da Ku Klux Klan em escola pública de SP; protesto cobra demissão

Via @metropoles | O professor de história que aparece em um vídeo vestido como integrante da Ku Klux Klan, movimento racista, antissemita e anticomunista do século 19 foi afastado da função. Nas imagens, ele aparece com a vestimenta branca e o capuz característicos do grupo andando no pátio da Escola Estadual Amaral Wagner, em Santo André, São Paulo. A Ku Klux Klan unia grupos reacionários sob a bandeira da “supremacia branca“ que teve sua maior força no sul dos Estados Unidos.

As imagens foram registradas por profissionais de educação no dia 8 de dezembro. Naquela data, uma feira teatral seria realizada, mas foi cancelada. Nesse sentido, de acordo com os denunciantes, não havia motivo ou qualquer “caráter pedagógico” que justificasse o uso da roupa.

Veja vídeo:

“Racista”

“O professor desfilou com aquela vestimenta numa atitude explicitamente racista, fora de contexto, e em caráter intimidatório. Os colegas que o denunciaram tem medo e, por isso, demoramos quase 15 dias para tornar a denúncia pública”, revela o deputado estadual Carlos Gianazzi (PSol/SP), em entrevista ao Metrópoles.

O parlamentar oficiou a direção da escola, a diretoria regional de educação e a Secretaria de Educação Estadual solicitando informações e providências para o caso.

“Ressalte-se que as imagens divulgadas por estudantes mostram o momento em que a pessoa – apontada como um professor de história da unidade escolar – transita pelo pátio da escola com os trajes. Importante que se faça a investigação e a apuração dos fatos, uma vez que essa atitude pode configurar a prática de crime de injúria racial”, diz o documento.

“Atos como esse nos fazem perder a fé, mas não podemos permitir isso. Por isso, caso não tenha respostas, vou acionar a comissão de educação da Assembleia Legislativa e o Ministério Público, solicitando uma investigação aprofundada do caso”, diz o deputado, que publicou o vídeo em suas redes sociais.

“Inaceitável! Estou acionando a Seduc e a Diretoria de Ensino de Santo André contra essa cena racista e deplorável de um professor fantasiado com a roupa da Ku Klux Klan, dentro da EE Amaral Vagner. Racistas, não Passarão!”, escreveu Giannazi no Instagram.

Veja o post:

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo foi procurada, mas nenhum representante foi localizado pelo Metrópoles para comentar o caso. Para esta quarta-feira, um ato em protesto pela atitude do professor está previsto para acontecer às 15h, em frente à escola.

Twitter

A informação gerou muitos comentários nas redes sociais, em especial no Twitter, onde o termo Ku Klux Klan chegou a figurar entre os assuntos mais comentados, durante a manhã desta terça. A grande maioria dos comentários foram de revolta diante da atitude do professor.

O vídeo com a imagem dele caminhando pelo pátio da escola foi reproduzido em muitas publicações. “2021 e um professor se vestiu de Ku Klux Klan em uma escola pública aqui de SP e nada aconteceu”, escreveu uma internauta. Outro comentou: “O cara, numa escola, vestido de Ku Klux Klan e ninguém toma uma atitude diante disso. É ultrajante”.

Em Goiás

Em maio deste ano, na cidade de Goiás, antiga capital do estado, um ato público parecido chamou a atenção. Duas pessoas se vestindo com roupas brancas semelhantes às da Ku Klux Klan caminharam por ruas da cidade centenária carregando uma faixa: “Deus, perdoe os torturadores”.

Em um primeiro momento, as vestimentas chegaram a ser confundidas com as dos farricocos, figuras centrais da famosa Procissão do Fogaréu. A manifestação religiosa acontece nas ruas da cidade de Goiás no início da Semana Santa e representa a perseguição de soldados romanos (os farricocos) a Jesus.

Posteriormente, a organização da procissão explicou ao Metrópoles que as figuras que carregavam a faixa não podiam ser identificadas como farricocos pelo simples fato que farricocos não vestem roupas brancas. Os trajes deles são coloridos.

Fonte: metropoles.com

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