Profissionais da saúde de SP discutem greve e, em carta, pedem insumos

Via @metropoles | Em uma carta aberta assinada por sete sindicatos da área da saúde de São Paulo, divulgada nesta quinta-feira (13/1), trabalhadores denunciam condições precárias de trabalho e falta de insumos nos postos de saúde. Além disso, cobram o pagamento de horas extras, uma melhor gestão de horários e contratação de mais profissionais.

O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), um dos que assinam a carta, vai se reunir na noite desta quinta para definir estratégias para exigir os direitos da categoria. Há, inclusive, possibilidade de paralisação nas unidades municipais.

No documento, os sindicatos afirmam que os profissionais estão trabalhando, desde antes da pandemia da Covid-19, com “grande sobrecarga, o que só se deteriorou com a atual conjuntura”, e que a Prefeitura nunca ofereceu a contratação de profissionais extras para auxiliar na crise sanitária.

Na cidade de São Paulo, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Assistência Médica Ambulatorial, Unidades de Pronto Atendimento e outros equipamentos são administrados pelas Organizações Sociais de Saúde (OSS).

Assinam a carta, além do Simesp, o Sindicato dos Psicólogos do Estado de São Paulo (SINPSI), o Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sinfar), o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de São Paulo (SinSaudeSp), o Sindicato dos Nutricionistas do Estado de São Paulo (SINDINUTRI), o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP) e o Sindicado dos Agentes Comunitário de Saúde do Estado de São Paulo (Sindicomunitário/SP).

A carta aberta à população e ao secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, elenca ainda problemas como a exaustão das equipes de enfermagem que são cobradas pela organização de fluxos de vacinação, preenchimentos de notificações dos casos atendidos, coletas de exames em pacientes com sintomas respiratórios e a cobrança para que médicos atendam “em um ritmo em que não conseguem prestar boa assistência aos seus pacientes devido à crescente demanda pelo serviço, cumprindo jornadas intermináveis de trabalho”.

Outras questões abordadas no documento são a falta de insumos mínimos, como medicamentos básicos para conduzir duas infecções coexistentes (Covid-19 e Influenza), como dipirona, ibuprofeno, salbutamol, diclofenaco, loratadina e antibióticos, além de equipamentos como lençol para maca, oxigênio, luvas e testes de gravidez.

Uma das queixas é que, apesar de jornadas extensas, não há pagamento de horas extras aos profissionais, e que o desfalque nas equipes quando ocorre contaminação dos médicos, enfermeiros e outros trabalhadores “inviabiliza o uso das horas acumuladas em banco de horas para folgas de profissionais já colapsados”.

Os sindicatos ainda reclamam da falta de organização do fluxo das unidades de saúde quando estas abrem aos fins de semana e feriados: os trabalhadores afirmam que são convocados em cima da hora, e não recebem nenhum adicional.

Diante das queixas, os sindicatos pedem que o comparecimento dos profissionais de saúde nas UBS nos dias de sábado e feriados não seja obrigatório, e, caso os profissionais aceitem, recebam pagamento de hora extra com adicional de 100% e, se não houver equipe suficiente, que sejam contratados profissionais plantonistas.

Outro pedido é que a Prefeitura e as OSS paguem horas extras aos trabalhadores que têm banco de horas, e que reponham urgentemente insumos e medicamentos essenciais para o atendimento de sintomas respiratórios e para manutenção de medidas higiênicas dentro dos serviços de saúde.

Fonte: metropoles.com

0/Comentários

Agradecemos pelo seu comentário!

Anterior Próxima