Quem é a médica condenada por mandar cortar pênis do ex e investigada por torturar marido

Via @portalg1 | Investigada por agredir e torturar o marido em Tremembé (SP), a médica Myriam Priscila de Rezende Castro tem histórico de relacionamentos conturbados que foram parar na Justiça.

O caso de maior repercussão resultou em seis anos de prisão à médica, que foi condenada por mandar cortar o pênis do ex-noivo.

De personalidade agressiva e alvo de processos na Justiça, a médica agora é investigada pela Polícia Civil por agredir e torturar o atual companheiro e compartilhar humilhações pela rede social.

Relacionamentos conturbados

Pelo menos dois relacionamentos da médica a levaram à Justiça.

O caso de maior repercussão aconteceu em 2002, quando a mulher, ainda com 21 anos, contratou três pessoas para cortarem o pênis do ex-noivo em Minas Gerais.

A médica cometeu o crime após o homem romper o relacionamento dias antes do casamento. Além de mandar cortar o pênis do homem, ela ainda colocou fogo no carro e na casa da vítima.

O processo se arrastou por anos e a médica foi condenada a seis anos de prisão em 2013. Ela cumpriu a maior parte da pena em regime domiciliar após dar à luz a gêmeos.

Relembre o caso aqui

Antes de ser condenada, um outro relacionamento de Myriam também foi parar na Justiça.

Em 2011, ela tentou matar a ex do homem que namorava à época.

De acordo com a Justiça, a ex foi até a casa do homem e eles conversavam sobre uma dívida, quando Myriam pegou uma faca e tentou avançar contra ela. O companheiro à época conseguiu tirar a arma, mas ela entrou em um carro e avançou sobre a ex-namorada.

Por esse caso, ela responde por uma tentativa de homicídio. A defesa dela no processo alega que o crime teria prescrito, mas a Justiça seguiu com a ação. O caso está em fase de alegações finais e ela pode ser designada a ser julgada em júri popular.

Traição e agressões

Myriam e o atual marido estão casados desde 2016 após uma cerimônia na igreja. Nesta semana, o relacionamento virou alvo da Polícia Civil após denúncia de que o homem era mantido em cárcere privado, sendo vítima de sucessivas agressões, físicas e psicológicas, que eram expostas nas redes sociais.

A polícia fez buscas no imóvel do casal e encontrou o homem com ferimentos de faca e sangue pela casa. Ele admitiu ter sido agredido em dias anteriores pela médica e disse que se mantinha na relação por dependência financeira.

Médica e estudante de veterinária estão casados desde 2016 — Foto: Reprodução/Instagram

As duas crianças, filhas da médica, também estavam feridas. Os filhos estão abrigados com o conselho tutelar.

No imóvel, segundo a polícia, foram encontrados vários remédios e o homem disse que fazia uso por escolha própria e negou ser mantido em cárcere. Myriam Priscila não estava na casa.

Apesar da situação encontrada no imóvel, na rede social eles compartilhavam a rotina de vida de um casal comum. O estudante de medicina veterinária compartilhava uma rotina intensa de treinos e imagens de antes e depois de seu visual dando crédito à médica pela mudança em seu corpo.

Em uma das postagens, ele faz uma montagem com a imagem de seu rosto de anos atrás contando que foi ‘melhorado’ com uma harmonização facial feita por Myriam.

Recentemente, a médica passou a expor o estudante em postagens alegando que ele a havia traído, o que gerou a série de postagens com agressões e humilhações. Em algumas imagens, ele é agredido na saída da universidade, onde ela apontou que ele teria conhecido uma amante (veja o vídeo aqui).

Em outro vídeo, ele é forçado a dizer coisas humilhantes ao assumir a traição e ofende a suposta amante lendo uma carta com orientações do que deveria dizer.

Uma semana antes de ação da polícia, homem fez tatuagem em homenagem a esposa — Foto: Reprodução

Há uma semana, no entanto, ele postou uma foto com uma tatuagem que fez em homenagem à esposa, com seu nome cobrindo o braço. Na legenda escreveu “O importante é que estamos reconstruindo o nosso casamento”.

À polícia, o homem disse que o casamento piorou depois que passaram a ter problemas financeiros e classificou a situação atual do casal como ‘falida’.

Médica é investigada por agredir marido  — Foto: Reprodução

Médica atende na região

A médica continua atendendo em unidades de saúde da rede pública e privada. De acordo com a polícia, ela atende em Guaratinguetá, Lorena, Paraty e São José dos Campos.

Um de seus advogados, que a representa em processos anteriores, disse que ela concluiu o curso de medicina depois da condenação pela lesão contra o ex-noivo e, por isso, manteve o registro. Segundo o Conselho Regional de Medicina (Cremesp), o registro dela ainda é ativo.

Em sua rede social, ela se declara ginecologista obstetra. No Instagram, há fotos da médica fazendo partos.

Médica mantinha vários animais na casa em situação de maus tratos — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Maus-tratos a animais

Além de agredir e torturar o marido, a mulher também está sendo investigada por maus-tratos a animais.

Na casa onde a polícia encontrou o marido e os filhos também foram encontrados 15 cães - sendo cinco filhotes - uma cobra, ratos, um coelho e uma porca. Todos em situação de maus-tratos, submetidos a péssimas condições de higiene.

Segundo a polícia, o imóvel foi encontrado coberto de fezes animais. Desorganizado, com acúmulo de roupas sujas, banheiros sem a descarga funcionando e com sangue pelo chão.

Além dos animais vivos, ela ainda tinha animais mortos e congelados em um freezer.

Quais os próximos passos da investigação

A Polícia Civil informou que nesta quinta-feira (3) uma advogada se apresentou em seu nome e alegou que a médica vai se apresentar para prestar depoimento na próxima terça-feira (8). Não há pedido de prisão contra ela.

A suspeita vai responder por lesão corporal, tortura, maus-tratos a animais, matar espécies da fauna nativa. No imóvel, a polícia também encontrou uma idosa que vivia com a família, em péssimas condições. Por isso, a médica também vai responder por ferir o estatuto do idoso.

O g1 tenta contato com a médica investigada, mas não obteve sucesso até a publicação da reportagem.

Fonte: g1

Anterior Próxima