TSE mantém cassação de prefeito que distribuiu novilhas prenhas a eleitores

Via @consultor_juridico | No ano em que se realiza uma eleição, fica proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública. A regra se aplica à entrega desproporcional de novilhas prenhas a eleitores, no âmbito de um programa municipal de atendimento ao produtor rural.

Essa conclusão foi mantida pelo Tribunal Superior Eleitoral na manhã desta quinta-feira (31/3), quando a corte confirmou a cassação de Thiago Peçanha Lopes (Republicanos) e Nilton César Soares Santos, reeleitos prefeito e vice da cidade de Itapemirim (ES), respectivamente, em 2020.

O TSE julgou recurso contra acórdão do Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo que identificou abuso de poder político e econômico e abuso de poder em diversas condutas dos candidatos — entre as quais, a distribuição de animais emprenhados.

Relator, o ministro Carlos Horbach aplicou a Súmula 24 do TSE às alegações recursais, mantendo as conclusões do acórdão estadual por considerar que sua desconstituição dependeria de reanálise de fatos e provas, medida vedada em última instância eleitoral.

A distribuição de novilhas prenhas foi feita em meio ao projeto de Melhoramento Genético Avançado (MGA) de Itapemirim, albergado na Lei Municipal 2.774/2014, que instituiu o Programa de Atendimento ao Produtor Rural (Pró-Rural).

A ideia seria promover o aprimoramento genético do rebanho bovino mediante prenhez de embriões originados a partir da biotecnologia reprodutiva de fecundação in vitro.

O programa foi pouco movimentado nos três primeiros anos do mandato. No entanto, em 2020, antes da eleição, a prefeitura aplicou 99% do orçamento previsto, de cerca de R$ 8 milhões.

Se em dezembro de 2019 a prefeitura distribuiu 18 animais, entre abril e julho de 2020 o número subiu para 129. E só em 3 de novembro daquele ano, duas semanas antes das eleições, entregou outras 158 novilhas.

Para o TRE-ES, houve manifesto desvio de finalidade, conclusão que o TSE não poderia alterar.

A corte estadual destacou que o programa rural municipal se refere exclusivamente a transplante de embriões e inseminação artificial do rebanho, nada disciplinando a respeito de possíveis distribuições de animais, qualificados ou não.

Esse não foi o único ilícito eleitoral do prefeito e seu vice. Eles fizeram contratações irregularidades de servidores comissionados e estagiários no ano eleitoral e praticaram publicidade institucional em período vedado.

A conclusão sobre o caso no TSE foi unânime. Acompanhara o relator os ministros Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Mauro Campbell, Benedito Gonçalves, Sergio Banhos e Luiz Edson Fachin.

0600388-53.2020.6.08.0022

Fonte: ConJur

2/Comentários

Agradecemos pelo seu comentário!

  1. Thank you for maintaining such an exceptional blog. Your commitment to delivering valuable and thought-provoking content is evident in every post. Your blog has become a trusted source for insightful information and inspiration. Keep up the fantastic work! Monmouth County Reckless Driving Lawyer Monmouth County Driving Without a License Attorney

    ResponderExcluir
  2. I appreciate the consistent excellence of your blog. Your dedication to sharing valuable insights and creating engaging content is truly commendable. Your blog has become a reliable and enriching resource for those seeking knowledge. Looking forward to more insightful posts! Truck Accident Lawyer Virginia Personal Injury Attorney Virginia beach

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Agradecemos pelo seu comentário!

Anterior Próxima