Pais denunciam injúria racial após criança cortar o cabelo por comentário de professora

Via @diariodonordeste | Uma professora é acusada de injúria racial após uma criança de 9 anos relatar ter ouvido ofensas e comentários preconceituosos dela. O caso aconteceu em uma instituição assistencial de educação, localizada no bairro Papicu, em Fortaleza, no último mês de abril.

A professora teria dito para a menina que o cabelo crespo dela era "feio", que estava "assanhado", "parecia um arapuá" e que ela deveria pedir para a mãe arrumá-lo.

Ao ser informada sobre as ofensas, a mãe da menina registrou um boletim de ocorrência na última terça-feira (10).

A Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) por meio da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca), informou que investiga o caso.

Corte de cabelo

No início desta semana, a criança cortou os cabelos por causa das agressões verbais da professora. Em vídeo enviado a uma familiar, a pequena chega a mostrar os fios cortados no chão e dizer, chorando, que está precisando de ajuda. "Eu quero alisar o cabelo, não aguento mais", desabafou.

Ainda de acordo com a mãe, a menina reclamou três vezes da professora e disse não querer ir mais para o reforço escolar. "Bateu um desespero, comecei a chorar", revelou a mãe ao saber que a criança havia cortado o cabelo sozinha. 

Além disso, ela afirmou que a menina pedia para acordar mais cedo para conseguir "arrumar" o cabelo, já que a educadora queria que a criança o usasse preso.

"Ela faz de tudo para usar o cabelo preso. Isso é racismo, ela é uma criança", desabafou a mãe.

A criança fazia reforço escolar na instituição todos os dias e parou de ir após o caso. 

Investigação

A Polícia Civil, por meio da Dceca, informou que investiga possível prática de injúria racial contra a criança por parte de uma educadora.

"A ocorrência foi registrada nesta terça-feira (10) por meio de um Boletim de Ocorrência (BO) na Dceca. A Polícia Civil apura os fatos", diz nota da Polícia.

Nota da instituição de educação

Em nota, a Casa Ronaldo Pereira, instituição assistencial de ensino onde ocorreu o caso, diz que está apurando o caso e "repudia todo e qualquer tipo de preconceito".

"A Casa Ronaldo Pereira tomou conhecimento do caso e está apurando todas as informações, colaborando sempre com a verdade. A instituição, reconhecida pelo trabalho social realizado, atendendo cinco comunidades do bairro Papicu, em Fortaleza, há mais de 20 anos, reforça que repudia todo e qualquer tipo de preconceito e que trabalha na formação de valores como respeito e paz. A direção da Casa se coloca à disposição e presta toda solidariedade à criança e sua família".

A nota ainda informa que a instituição atende crianças de 6 a 12 anos com reforço escolar, aulas de francês e inglês, dança, judô, artes, pintura em tela, culinária e educação. São atendidas cerca de 150 crianças.

Denúncias

A população pode contribuir com as investigações repassando informações que auxiliem os trabalhos policiais. As denúncias podem ser feitas para o número 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), ou para o (85) 3101-0181, WhatsApp por onde podem ser feitas denúncias via mensagem, áudio, vídeo e fotografia.

As denúncias podem ser encaminhadas ainda para o número (85) 3101-2044, da Dceca. O sigilo e o anonimato são garantidos.

Fonte: Diário do Nordeste

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