Rogério elenca alguns motivos para não ter conseguido um emprego formal. "Primeiro, eu acredito que é a idade. Segundo, preciso me qualificar mais em relação à informática, porque eu não tenho conhecimento de muitos programas". Ele revela, ainda, ter perdido diversas oportunidades por não ter habilitação para dirigir.
Há pouco mais de dois anos o bacharel em Direito foi demitido e, desde então, conta que tem se mantido por meio de trabalhos informais. "Não dou uma de coitadinho não. Tenho saúde para trabalhar". Rogério afirma já ter carregado e descarregado caminhão, limpado quiosque da praia, vendido água e bala no semáforo, feito faxina e panfletagem.
Focado na carteira OAB
No intervalo desses trabalhos informais, o bacharel em Direito diz estudar para o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pois acredita que mudará a sua vida e realizará o sonho de ser um advogado de sucesso.
"Se eu conseguir ser aprovado, meu sonho de ser advogado e conseguir ter uma vida um pouco melhor e tranquila [será conquistado]. Estou lutando para isso e tenho feito minha parte estudando", disse.
Rogério já prestou a prova uma vez, em fevereiro, mas foi reprovado. Formado em 2017, ele justificou que não tinha os livros necessários para estudar. Na próxima tentativa, em julho, porém, a expectativa é sair com a aprovação.
E a confiança vem de um incentivo. Em outubro, ele ganhou uma bolsa em um curso preparatório. Agora, além de buscar um sonho, ele não quer decepcionar a dona da instituição, que investiu nele. "Não posso ser reprovado pela segunda vez. Tenho estudado forte".
"Peço uma oportunidade de emprego. Tenho ensino superior"
Quando os trabalhos informais diminuem, Rogério vai para a frente ao Litoral Plaza Shopping, em Praia Grande, onde passa horas segurando um cartaz com o seguinte pedido: "Peço uma oportunidade de emprego. Tenho ensino superior" (veja a foto acima)."Se Deus quiser, vai dar tudo certo e vou ter uma vida um pouco melhor. Quem sabe um dia possa ajudar alguém que esteja nessa situação também".
Fonte: g1