O caso foi registrado em paraíso do Tocantins, na região central do estado. O pedreiro estava em uma motocicleta com a namorada quando sofreu um acidente na entrada da cidade. Ele perdeu uma das pernas ainda no local e a outra precisou ser amputada no hospital.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) afirmou que houve “falha na comunicação” sobre o descarte dos membros e lamentou a situação. A SES disse que em caso de amputações a equipe multiprofissional da unidade hospitalar informa aos familiares sobre a necessidade do procedimento para a manutenção da vida do paciente e dá à família a escolha de levar os membros ou deixar a cargo do serviço de saúde, o descarte deles. (Leia a nota na íntegra abaixo).
A família informou que foi chamada durante a noite à unidade de saúde para assinar um termo e ficar com os membros. O filho do pedreiro contou à TV Anhanguera que ficou tão abalado que não conseguiu levantar as mãos para pegar a caixa.
Quem recebeu os membros foi o irmão de Deonir, Enoc Batista de Souza. Após pegar a caixa, a família não soube o que fazer e ficou na frente do hospital sem reação.
Família ficou em choque ao receber pernas dentro de caixa de papelão — Foto: Reprodução/TV Anhanguera"Eles falaram: enterra em um quintal, em uma fazenda, não precisa nem cavar muito fundo. O pessoal que entregou a caixa lá para nós foi quem comentou isso, se vocês quiserem enterrar no quintal de vocês mesmo enterra, se não em uma chácara de alguém”, disse Enoc Batista de Souza.
Ainda em choque, a família decidiu procurar uma funerária da cidade. O estabelecimento não sabia como proceder, mas resolveu ajudar e foi até o local recolher os membros amputados, mas segue aguardando a documentação para sepultar as pernas.
Por causa da gravidade no estado de saúde, Deonir Teixeira da Paixão foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Palmas (HGP). Não há informação sobre o estado de saúde dele.
Membros de paciente foram entregues à família em caixa de papelão — Foto: DivulgaçãoO que diz a Secretaria Estadual de Saúde
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) lamenta a falha na comunicação entre a equipe plantonista do Hospital Regional de Paraíso do Tocantins e os familiares do paciente Deonir Teixeira da Paixão, quanto aos esclarecimentos sobre os descartes de membros amputados.
A SES-TO destaca que todas as unidades hospitalares estaduais seguem um protocolo padrão dentro das resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária nº 306 (2004) e do Conselho Nacional do Meio Ambiente nº 358 de (2005), as quais versam sobre a disposição final de resíduos dos serviços de saúde.
A SES-TO pontua que em caso de amputações a equipe multiprofissional da unidade hospitalar informa aos familiares sobre a necessidade do procedimento para a manutenção da vida do paciente e no ato é dada à família a escolha de levar os membros ou deixar a cargo do serviço de saúde, o descarte dos mesmos.
Quando o hospital é responsável pelo descarte de membros ele ocorre através de empresa especializada contratada para a realização do referido serviço, a qual não trata o material como lixo comum.
No caso em questão, a SES-TO enfatiza que a equipe multiprofissional não soube explicar o trâmite à família, que decidiu levar os membros. Para isso, os familiares assinaram um termo de responsabilidade, o qual consta, inclusive, relatado no prontuário do paciente.
Fonte: g1 TO