“Como medida afirmativa de promoção da diversidade de gênero e de orientação sexual no âmbito do Poder Judiciário do Estado da Bahia, esta seleção estará restrita às pessoas que, ao se candidatarem, se autodeclarem LGBTQIAPN+”, dizia o edital, que também deu preferência para pessoas transexuais, não binárias e negras. “Inscrições sem essa declaração não serão admitidas”, completou. O corregedor Rotondano suspendeu o edital sob argumento de que se tratava de “preconceito reverso” contra a população heterossexual.
Juiz baiano disse que ficou triste por ter seu edital de estágio só para pessoas da comunidade LGBT derrubado por um magistrado ‘gay não assumido’ | Foto: FreepikO juiz Gomes é gay e, por isso, decidiu destinar as vagas à comunidade LGBT. “Não sou um juiz menor por ser gay, não me sinto abaixo de ninguém, não me sinto coagido a fazer nada que os outros colegas também fazem”, disse Gomes ao jornalista Luís Ganem. “Então, se eles podem escolher pessoas cisgênero, heterossexuais, eu também me sinto no direito de reservar as minhas vagas, com quem eu quero trabalhar para pessoas não-binárias, gays, sapatão… Todo mundo que faz parte desse espectro”, completou.
O juiz Gomes também acusou o corregedor Rotadano de ser um gay não assumido. Além disso, Gomes disse que Rotondano teve um caso com seu marido antes de eles se conhecerem .“O incômodo em relação a essa história toda é que essa determinação tenha vindo de um corregedor que é gay, ainda que ele não se assuma”, disse Gomes.
“Mas já que estamos tratando desse tema relevante, isso não é fofoca, eu acho que isso tem a ver com o caso. Eu sei que ele é gay porque ele teve um caso com o meu marido antes do meu marido me conhecer. Ele morou com um rapaz que foi eleito (não sei se ainda é) vereador da cidade Mata de São João”, acusou o magistrado.
Por Evellyn Lima
Fonte: revistaoeste.com