Juiz concebe sentença idealizada para dar lição a infratora; entenda

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Via @consultor_juridico | A americana Rosemary Hayne, de 39 anos, jogou seu prato de comida mexicana, cheio de molho, no rosto da gerente de um dos restaurantes da cadeia de fast food Chipotle, em Parma, Ohio, transformando uma agressão, que até então era apenas verbal, em algo que fica entre vias de fato e lesão corporal.

Ao juiz Timothy Gilligan, ela disse que não gostou da maneira como a comida foi preparada: “A aparência era repulsiva”. A gerente, Emily Russell, testemunhou que aquela foi a segunda vez que prepararam a comida da cliente, porque ela já havia rejeitado o primeiro prato, antes de se tornar mais agressiva.

O juiz anunciou sua sentença: “Você responde dessa maneira porque o burrito não foi preparado do jeito que você gosta? Aposto que você não vai gostar da maneira como a comida é preparada na cadeia”. E a condenou a seis meses de detenção.

O juiz, no entanto, entendeu que era um desperdício do dinheiro do contribuinte mantê-la na cadeia, com os custos de estadia, comida etc., por seis meses. E anunciou sua sentença inusitada: suspendeu a pena por três meses, com o acréscimo de dois anos de liberdade condicional e proibição de falar com a gerente que agrediu.

No entanto, mantê-la na cadeia por três meses ainda poderia não ser a melhor decisão para o caso. Melhor seria dar uma lição em que ela pudesse absorver algum “senso de empatia”. E fez uma proposta: “Posso tirar mais dois meses da pena se você arrumar emprego em um restaurante de fast food e, nesse tempo, trabalhar 20 horas por semana”.

Ela concordou. Comentaristas concordaram com a sentença inusitada do juiz porque acharam que a pena alternativa que lhe foi imposta era válida, mas lamentaram a sorte dos demais empregados do restaurante de fast food onde essa “Karen” vai trabalhar quatro horas por dia, cinco dias da semana, por dois meses.

“Karen” é um estereótipo americano que deprecia um certo grupo feminino: a mulher branca, já madura, criadora de casos; a que chega a um restaurante ou em uma loja qualquer, reclama injuriada de alguma coisa de que não gosta e proclama o “quero falar com o gerente”. Não há um estereótipo preconceituoso como esse para homens.

Quando o clima esquentou no restaurante, os clientes fizeram o que se faz hoje em dia: sacaram rapidamente seus telefones celulares e filmaram tudo, para, mais tarde, postarem nas redes sociais. Um deles foi apresentado na audiência.

Um cliente fotografou a placa do carro da mulher e ligou para a polícia. Aliás, quando a polícia chegou, havia muitas testemunhas à espera. O tenente da polícia de Parma disse que a vítima estava coberta de comida e molho, e parte de seu rosto estava um pouco avermelhado.

Rosemary Hayne foi presa em sua casa e, no final das contas, deverá desfrutar, por pelo menos um mês, da comida da cadeia, e sem direito a reclamar. Com informações adicionais de Jornal da ABA, Cleveland.com, NBC News e FOX Business.

Clique aqui para ver o vídeo do incidente

Por João Ozorio de Melo
Fonte: ConJur

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