A PM realiza uma operação na manhã desta quinta-feira (11) no Morro do 18, Caixa D'Água, Morro do Urubu, Saçu e Fubá, comunidades que ficam entre Quintino e Piedade, na Zona Norte do Rio. De acordo com informações do setor de inteligência da Polícia Militar, criminosos dessas comunidades estariam envolvidos na extorsão de R$ 1 milhão.
Segundo a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), Jean é o chefe do tráfico de drogas no Morro do 18. Ele tem 38 anos e é condenado ou réu em mais de 20 casos.
O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/ MPRJ) destaca que a exigência de propina indica que os traficantes praticam extorsão nos mesmos moldes de milicianos
“Grupos armados como tráfico e milícia já vem adotando as mesmas práticas criminosas sobre a população nas áreas que atuam. A extorsão é uma delas. Essa conhecida prática miliciana de extorsão de dinheiro vem sendo agora adotada também pelo tráfico de drogas em comunidades do Rio de Janeiro”, disse o promotor Fábio Corrêa, coordenador do Gaeco do MPRJ, que investiga o caso.
Em janeiro de 2023, Jean do 18 escapou com dois comparsas da Penitenciária Lemos de Brito, que fica dentro do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste da cidade.
O criminoso ficou preso por seis anos e fugiu com a ajuda de uma corda feita com lençóis – conhecida como teresa - jogada ao lado da base do Serviço de Operações Especiais, nos fundos do complexo de presídios. Atrás fica um lixão.
Teresa serviu para fuga de detentos em Bangu — Foto: ReproduçãoJean é apontado como o responsável por a invasão do Fórum de Bangu em 2013 para tentar resgatar comparsas que prestavam depoimento. Uma criança e um policial militar morreram no tiroteio.
Morte do advogado
Em 2016, o traficante foi indiciado pelo assassinato do próprio advogado, Roberto Rodrigues.
Em dezembro do ano anterior, Roberto saiu para se encontrar com Jean e não foi mais visto. A Delegacia de Descoberta de Paradeiros concluiu que o advogado foi assassinado pelos próprios clientes porque não conseguiu libertar dois comparsas deles que estavam presos.
O carro de Roberto foi encontrado numa das entradas do morro do Fubá, em Cascadura, que é dominado por uma facção rival. Mas a polícia descobriu que foram os próprios traficantes do Morro do Dezoito que abandonaram o veículo lá para despistar os investigadores.
Por Cristina Boeckel, Henrique Coelho, g1 Rio
Fonte: g1