Parlamentares de direita criticam o Ministério da Educação (MEC) na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por enviar a obra para escolas, com trabalho voltado ao ensino médio.
Estão no foco do debate trechos com diálogos de teor sexual entre os personagens, que usam linguagem popular para se referir aos órgãos genitais masculino e feminino.
O perfil do Instagram da deputada federal Bia Kicis (PL-DF), por exemplo, com 1,9 milhão de seguidores, publicou um vídeo feito pela deputada estadual do Rio Grande do Sul Kelly Moraes (PL). Na gravação da parlamentar gaúcha, uma diretora de escola de Santa Cruz do Sul (RS) lê trechos da obra com indignação.
“Vem, minha branquinha. Vem, meu negão. Chupa a tua branquinha. Chupa o teu nego. Adoro a tua pele branquinha. Adoro a tua pele, meu nego”, escreve Jeferson Tenório em um trecho da obra. Em seguida, ele usa termos obscenos para se referir às genitálias masculina e feminina.
A educadora diz que mais de 200 exemplares de “O Avesso da Pele” foram enviados pelo MEC para o colégio onde ela trabalha.
Governo responde
A Secretaria de Comunicação Social diz que o livro “O Avesso da Pele” foi aprovado para integrar o catálogo de obras recomendadas pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) em 2022, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em nota, o MEC diz que “as escolas podem escolher, de forma democrática, os materiais que mais se adequam à sua realidade pedagógica”. Ou seja, o MEC só envia os livros a pedido da instituição de ensino.
A aprovação da obra de Jeferson Tenório consta na portaria 140, publicada no Diário Oficial da União de 16 de setembro de 2022. Foi assinada pelo então secretário substituto de educação básica Gilson Passos de Oliveira.
Fonte: cnnbrasil.com.br