As declarações foram dadas nesta segunda-feira, 4, durante palestra na PUC-SP.
"Nós já temos problemas graves no Direito, que é por vezes uma terminologia muito esquisita. Nós somos capazes de dizer coisas do tipo: no aforamento, havendo pluralidade de enfiteutas, elege-se um cabecel. É feio demais. Já temos embargos infringentes. Tem mútuo feneratício. Me perdoem, mas parece uma posição do Kama Sutra. Tem que parar com esse negócio de achar que quem fala complicado é inteligente", disse o ministro.
Apesar do tom divertido, a palestra do ministro também abordou pontos mais graves, que colocam em risco o Estado Democrático de Direito. Um deles foi a politização das Forças Armadas.
O presidente do STF destacou que militares "fizeram um papelão" com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foram influenciados por uma "má liderança" ao serem convidados para auxiliar na fiscalização das urnas eletrônicas usadas nas eleições de 2022. Na ocasião, as Forças levantaram questionamentos, sem apresentar provas, sobre a segurança do processo eleitoral.
"Desde 1988, as Forças Armadas tiveram um comportamento exemplar no Brasil, de não ingerência ou interferência, de cumprir suas missões constitucionais (...) Porém, foram manipulados e arremessados na política por más lideranças. Fizeram um papelão no TSE. Convidados para ajudar na segurança e dar transparência, (os militares) foram induzidos a ficarem levantando suspeitas falsas. Quando a lealdade é um valor que se ensina nas Forças Armadas", completou.
Barroso também destacou o risco democrático decorrente da disseminação em larga escala da desinformação através do uso da inteligência artificial. Ele ressaltou a ameaça representada pelos deepfakes.
Por Redação Terra
Fonte: terra.com.br