Datena abriu a série de entrevistas do SP1, da TV Globo, com os candidatos à prefeitura da capital paulista.
Os cinco candidatos que tiveram 5% ou mais na última pesquisa eleitoral do Datafolha serão entrevistados ao vivo pelo apresentador Alan Severiano.
As entrevistas têm duração de 30 minutos, e as íntegras ficarão disponíveis no Globoplay. A ordem dos entrevistados foi definida por sorteio realizado com a participação dos representantes dos partidos em 19 de setembro.
Cadeirada em Pablo Marçal
Durante a entrevista, ele alegou que agiu em legítima defesa contra as ofensas que sofreu de seu adversário durante o debate da TV Cultura. Na ocasião, Datena atingiu Marçal com uma cadeira após ser ofendido pelo adversário.
"Eu não me arrependo do gesto de defesa que eu fiz a ataques mentirosos, canalhas, sobre fatos que não aconteceram, fatos que foram investigados pela polícia e forma arquivados e ser chamado de estuprador perante o Brasil inteiro eu não consegui resistir, tive uma atitude humana."
"Não me arrependo absolutamente, me arrependo, é claro, de um gesto lamentável como esse acontecer num debate que é um espaço democrático, mas eu não pude me conter. Agora, se eu faria de novo? Evidente que não faria de novo."
Fuzil na GCM
Na questão da segurança pública, o candidato voltou a defender a ampliação do efetivo e disse que irá dobrar o número de guardas, mas afirmou que a situação do país é muito mais grave do que se imagina por conta da infiltração do crime organizado na política nacional.
Ele citou casos recentes de criminalidade, como o assassinato do delegado do DECI, morto no final de semana durante um assalto na Lapa, Zona Oeste de SP.
"Eu pretendo dobrar essa guarda, mas não dobrar de uma maneira indiscriminada e absurda. Quem vai usar fuzis são batalhões especiais, como tem batalhões especiais da polícia que usam fuzis".
"Depende da necessidade. Esses grupos que vão utilizar fuzis, que podem ser muitos ou não."
Durante a entrevista, Datena também comentou sobre seu desejo de mudanças que não competem ao chefe do executivo municipal. Ele citou os recentes casos de violência contra a mulher e defendeu mudanças na legislação.
"O crime de feminicídio tem que ser parado com outra alteração de lei. Nós temos lei qui no pais que aumentou a pena para feminicídio, melhorou, mas não resolveu. A segunda melhor lei considerada pela ONU em defesa pela mulher é a lei maria da penha, calma que eu chego lá. Resolveu? Não resolveu."
Transporte de mobilidade
Sobre a questão da mobilidade e transporte, Datena disse que, se for eleito, pretende implementar uma tarifa justa aos usuários do transporte público, mas não sabe dizer qual seria esse valor.
"Depois que você tomar pé da situação é que você vai saber. Mas que é rentável, é rentável."
Ele criticou o prefeito Ricardo Nunes (MDB), e disse que irá fazer o que a atual gestão não foi capaz.
"Em primeiro lugar, você não resolve o problema do transporte coletivo com corredores de ônibus. Eu quero criar o que o prefeito prometeu e não conseguiu com 40 km de ônibus, de corredores de ônibus, com semáforos inteligentes e ‘no breaks’. Porque o semáforo que não funciona em amarelo intermitente é pior do que ponto de alagamento intransitável."
Saúde
O tucano disse acreditar "não ser difícil" construir mais hospitais nas periferias em parceria com organizações sociais e instituições privadas.
Sem dar números, entretanto, ele afirmou que pretende ampliar o número de unidades médicas na cidade.
"Se for possível construir mais UPAs, nós vamos construir mais UPAs. Se for possíveis construir hospitais, nós vamos construir."
Biografia
Ex-locutor e atual apresentador de programas policiais da Band, Datena estreia oficialmente como candidato à Prefeitura de SP aos 67 anos.
Natural de Ribeirão Preto, no interior paulista, o radialista começou no jornalismo esportivo e ganhou projeção na cobertura policial televisiva. Sua trajetória política é marcada por inúmeras mudanças de partidos.
Em abril deste ano, ele se filiou ao PSDB. Anteriormente, ele estava no PSB e era cotado para ser vice de Tabata Amaral, mas desembarcou da campanha para virar cabeça de chapa dos tucanos.
Com a filiação, o PSDB é a 11ª legenda a que Datena já foi filiado desde 1992. O apresentador já fez parte de partidos como PT, o PP de Paulo Maluf, o antigo DEM e atual União Brasil, além de PSC, PDT e MDB.
Há pelo menos uma década o ex-locutor ensaia voo na política. Em 2016, foi a primeira vez que cogitou disputar o comando da capital paulista.