Walisson deverá usar tornozeleira eletrônica, bem como ficou proibido de se aproximar e de manter contato com o colega de profissão.
Nesta manhã, investigadores da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), cumpriram um mandado de busca e apreensão expedido pela 7ª Vara Criminal de Brasília contra Walisson.
Veja fotos do advogado investigado:
A coluna Grande Angular apurou que, segundo as investigações, Walisson havia mandado mensagens para Engels com fotos do colega de profissão e de parentes do conselheiro do CNMP. Além disso, questionou-o sobre um processo em que atuava como advogado de um policial investigado por suposto envolvimento com facção criminosa na Bahia.
A 7ª Vara Criminal de Brasília também autorizou a derrubada do sigilo dos dados telemáticos e de comunicações de celular, computadores e outros dispositivos eletrônicos encontrados com Walisson.
A coluna Grande Angular também apurou que a Justiça do Distrito Federal autorizou a operação contra o advogado por entender que a abordagem de Walisson fugiu aos parâmetros regulares da atuação profissional, pois as indagações a Engels indicaram uma tentativa de atemorizar o conselheiro do CNMP.
A DRCC apreendeu computadores e celulares “que comprovam o envio de mensagens às autoridades públicas”. “O investigado responderá pelo crime de coação no curso do processo, cuja pena máxima pode chegar a 4 anos de reclusão e multa. As investigações continuam”, informou a delegacia.
A seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) comunicou que acompanhou as buscas e apreensões, como determina a lei, e que encaminhou o caso ao Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da instituição, para apuração. A tramitação ocorre sob sigilo.
A reportagem tenta contato com o advogado.
Polêmica
Em março de 2024, Walisson também fez comentários que debochavam do homicídio de um boxeador e segurança de boate.
O advogado, que diz nas redes atuar “sempre na luta contra injustiças”, chegou a escrever frases como “acho é pouco” e “o choro é livre, o valentão morreu”.
Leia:
Por Isadora Teixeira
Fonte: metropoles.com
Nota de Esclarecimento
O advogado de Walisson, Samuel Lucas Procópio, disse que, “no entendimento da defesa, a OAB errou gravemente”. “Para suspender preventivamente o advogado, a OAB precisa fazer até mesmo sessão especial – isso é previsto no Estatuto da OAB”, afirmou.
Procópio informou que Walisson atua em casos de violência policial, “não pertence a organização criminosa e não atua mais no caso da Bahia”. O advogado contou que Walisson recebeu mensagem, na rede social, de familiares do homem que foi morto pelo policial em operação no estado. Segundo Procópio, Walisson apenas mandou as imagens que recebeu para Engels e perguntou se ele atua no processo.
“O policial que matou ente querido daqueles familiares tinha saído da cadeia e o advogado entrou em contato com o conselheiro. Doutor Walisson jamais o ameaçou. Apenas encaminhou para o advogado e perguntou se ele atuava no processo. Em nenhum momento ameaçou e fez procedimento que, perante a lei, causasse injusto grave para caracterizar busca e apreensão do advogado e colocar tornozeleira eletrônica nele”, disse.