A carta foi escrita no dia 15 de maio, mas a audiência permanece agendada para esta quinta.
“Me vem novamente a surpresa, [a] duas semanas da data do novo júri, o ilustre defensor vem a esse CDP [Centro de Detenção Provisória 2, de Guarulhos], e com muita atenção, sou levado a sua presença, onde tinha que narrar e esclarecer, em uma hora, tudo o que podia sobre o que sou acusado. Impossível, excelência”, escreveu Cupertino.
O réu afirmou ainda estar “insatisfeito”, “abandonado” e não concordar com a tese de legítima defesa usada pelos advogados. Segundo o que escreveu em carta, o argumento “não é verdade”.
Por isso, ele tomou novamente a decisão de destituir seu defensor, “e, por mim, constituir uma nova defesa, essa mesma que num justo prazo poderia sim ter acesso ao processo, juntar provas e testemunhas que vem a meu favor e direito”.
Acusado de matar ator de Chiquititas pede julgamento justo, e julga a cobertura da imprensa sobre o caso.
Cupertino afirmou estar “insatisfeito” e “abandonado”, e não concordar com a tese de legítima defesa usada pelos advogados. Segundo o que escreveu em carta, o argumento “não é verdade”.
Segundo texto, réu enfrenta diversos problemas de saúde enquanto está preso no CDP 2 de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Réu apontou problemas de saúde em carta escrita à mão.
Data da carta e assinatura de Cupertino.
No primeiro dia do julgamento do caso, em 10 de outubro do ano passado, Cupertino precisou ser algemado, após tentar agredir os advogados de defesa.
Problemas de saúde
Também na carta, Cupertino relatou estar enfrentando problemas de saúde. Segundo o texto, o réu está há dois anos com muita dificuldade para enxergar, com “70% da visão afetada”.
Ele afirmou ainda enfrentar uma “questão psicológica desumana, isso tudo relatado com os médicos deste CDP e documentado em prontuário”.
Além do adiamento do júri, Cupertino pediu acesso a exames médicos e a ida a um hospital, principalmente para consultar oftalmologista e cardiologista.
O réu também rechaçou a exposição do caso na imprensa, chamando a mídia de “suja” e “hipócrita”, e pedindo que o processo volte a correr sob segredo de Justiça.
Relembre o crime
• De acordo com denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), Paulo Cupertino matou, em 9 de junho de 2019, o ator Rafael Miguel, que na época tinha 22 anos, o pai dele, João Alcisio Miguel, de 52, e a mãe, Miriam Selma Miguel, de 50.
• Cupertino não aceitava o namoro do jovem com a filha dele, Isabela Tibcherani, na época com 18 anos.
• Os pais do ator estavam no local porque queriam conversar com Cupertino sobre o relacionamento dos filhos.
• Os assassinatos ocorreram no bairro de Pedreira, zona sul paulistana.
• Segundo a denúncia, Cupertino disparou 13 vezes contra as vítimas.
• Paulo Cupertino foi acusado de triplo homicídio qualificado.
• Depois do crime, fugiu para o Mato Grosso do Sul e, em seguida, para o Paraguai.
• Ele foi preso em 2022 em Interlagos, mesma região onde o crime ocorreu, escondido em um hotel.
Por Milena Vogado e Alfredo Henrique
Fonte: metropoles.com