As investigações apontam que, entre 2014 e 2023, o esquema criou 232 benefícios irregulares e causou um prejuízo de mais de R$ 56 milhões. Segundo a Polícia Federal, o esquema tem risco de danos futuros superiores a R$ 200 milhões.
Dois advogados também são suspeitos de usar documentos falsos em ações judiciais para viabilizar os benefícios.
Na manhã desta quarta, os agentes cumpriram 17 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, além de bloquear bens dos investigados e determinar a revisão de benefícios suspeitos pelo INSS.
Entenda o esquema
As aposentadorias indevidas foram obtidas por meio da transmissão de GFIPs por empresas ligadas a contadores. A PF aponta que as empresas responsáveis pelas transmissões desses documentos não tinham relação com os supostos empregadores.
🔎 GFIPs: documento mensal obrigatório para empresas, informando dados sobre FGTS, remunerações e contribuições previdenciárias ao governo.
Os investigadores também identificaram:
• repetição dos mesmos CNPJs e padrões documentais entre diferentes beneficiários;
• indícios de falsificação de documentos trabalhistas;
• incompatibilidades temporais e monetárias em documentos apresentados;
• recebimentos financeiros por parte dos investigados, oriundos de beneficiários do esquema;
• ações judiciais patrocinadas pelos mesmos advogados, com uso dos documentos suspeitos;
• armazenamento de documentos aparentemente falsos em e-mails e serviços de nuvem pelos investigados.
A operação é realizada em parceria com a Coordenação de Inteligência Previdenciária do Ministério da Previdência Social.
Por Fábio Amato, TV Globo
Fonte: g1