A juíza aponta o abandono digital como um dos fatores mais graves na formação de jovens infratores. Segundo ela, muitos adolescentes — especialmente meninos — crescem sem supervisão familiar e encontram acolhimento em grupos extremistas online, que os influenciam com conteúdos de ódio, misoginia, incentivo à automutilação, racismo e até neonazismo.
Um levantamento do NetLab/UFRJ aponta a existência de 137 canais misóginos no YouTube, com mais de 152 mil inscritos. Esses conteúdos, embora violem diretrizes internas das plataformas, seguem disponíveis e são frequentemente impulsionados por algoritmos que priorizam engajamento.
Vanessa Cavalieri ressalta que os adolescentes autores de infrações são, em geral, vítimas de negligência escolar, bullying e famílias disfuncionais. No sistema socioeducativo, as punições são substituídas por medidas restaurativas, como prestação de serviços à comunidade, monitoramento digital pelos pais, acompanhamento psicológico e participação em grupos reflexivos.
Por Guilherme Arandas
Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/juiza-faz-apelo-a-pais-sobre-redes-sociais-abandono-digital-esta-matando/