Sem entender de imediato a origem da quantia, Acosta iniciou uma maratona de gastos que durou poucas horas. Ainda de acordo com informações do El Pais, ela fez 66 transferências bancárias e adquiriu eletrodomésticos, utensílios domésticos, pisos de cerâmica e até um carro. Parte do dinheiro foi distribuída ainda entre cinco familiares, que também se tornaram alvos da Justiça.
Entenda o ocorrido
• O depósito equivocado ocorreu em 6 de maio.
• Entre os itens comprados estavam uma geladeira, duas televisões, micro-ondas, fritadeira elétrica e um assento de vaso sanitário. A rapidez das movimentações chamou atenção.
• O erro foi detectado rapidamente pelo tesoureiro responsável, que notificou as autoridades. Conforme informações do jornal La República, o governo da província agiu para bloquear a conta e deu início a uma operação de rastreamento dos valores.
• Mais de 90% do montante foi recuperado — parte devolvida voluntariamente e o restante identificado em contas que foram bloqueadas judicialmente. As investigações continuam, inclusive com a apreensão de carteiras digitais.
Justiça acusa fraude e exige fiança milionária
Verónica Acosta e seus cinco familiares foram indiciados por fraude contra o Estado e retenção indevida de dinheiro público. Conforme veiculado pela imprensa local, para a promotora Daniela Torres, houve tentativa clara de “esvaziar a conta rapidamente em benefício próprio”. A juíza Antonela Panero, por sua vez, teria estipulado uma fiança de 30 milhões de pesos argentinos (cerca de R$ 160 mil) para evitar a prisão preventiva dos seis acusados.
Defesa nega má-fé
O advogado de Acosta, Hernán Echevarría, afirmou ao El Pais que a fiança é “exorbitante” e “impossível de ser paga”. Ele alega que seus clientes são pessoas humildes, sem antecedentes, e que não agiram de má-fé. “Não se trata de uma quadrilha. Foi um erro do Estado, e agora querem transformá-los em criminosos”, declarou.
“Achei que fosse um presente de Deus”
À imprensa local, Verónica afirmou que esperava apenas o pagamento da pensão do pai de seu filho. Quando viu o saldo, pensou se tratar de 500 mil pesos. “Depois percebi que eram milhões. Achei que fosse um presente de Deus”, disse. Ela relatou que usou o dinheiro para resolver problemas urgentes e ajudar a família. “Fui ao supermercado, comprei eletrodomésticos e também compartilhei com meus parentes. Algumas coisas até já tinham sido devolvidas”, complementou.
Fonte: metropoles.com