Sullivan Luiz Carlos foi preso em 3 de junho de 2025, após efetuar dois disparos de arma de fogo, em Lavras, cidade a 237 km de Belo Horizonte. A Polícia Militar encontrou Sullivan com 12 cigarros de maconha e efetuou a prisão em flagrante.
Ele já tinha sido preso por porte irregular de arma de fogo e deixou a cadeia apenas dois dias antes.
Durante audiência de custódia conduzida pela juíza Patrícia Narciso Alvarenga, Sullivan disse que “é inimigo número 1 do Estado”, afirmou que não estava intimidado e que vai morrer como inimigo.
“A única coisa que eu tenho pra falar pra vocês é o seguinte: aqui nós é o número 1 contra o sistema, tá certo? Quantas vezes for preciso eu ir pra biqueira eu vou ficar na biqueira, certo? Porque eu sou o inimigo número 1 de vocês, certo? E aqui vocês não intimida nós”, declarou.
“Quantas vezes for preciso eu ir pra biqueira, eu vou pra biqueira. Eu vou morrer nessa, entendeu? Então, não adianta pensar que vocês intimida nós, que vocês não intimida nós em nada, entendeu?”, continuou. “Anota uma coisa: eu sou inimigo número 1 do Estado, certo? Assim eu nasci, assim eu vou morrer”, declarou.
“Quantas vezes for preciso eu colocar minha cara e dar disparo pro lado de todo mundo, a gente vai coloca a cara e dar disparo”, afirmou. O preso ainda declarou que “o Estado tem é que se fuder”.
Após as declarações de Sullivan, a juíza disse que entendeu as falas como uma ameaça ao Poder Judiciário, ao Ministério Público e à Defensoria Pública. Logo depois, a magistrada converteu o flagrante em prisão preventiva.
“A habitualidade criminosa evidenciada, mesmo após intervenções do sistema de justiça, indica que as medidas cautelares diversas da prisão seriam insuficientes para conter a propensão do autuado à prática de novos crimes”, justificou.
Segundo a magistrada, “a alarmante postura demonstrada por Sullivan em audiência de custódia e sua predisposição para ‘enfrentar o Estado’ de qualquer forma e ‘matar e morrer’ pelo crime” ressalta a necessidade de manter a prisão.
Patrícia destacou que Sullivan foi preso em flagrante dois dias após deixar a cadeia por outro crime. “Como se não bastasse, em audiência de custódia realizada no dia de hoje, o autuado apresentou comportamento extremamente preocupante e proferiu ameaças direcionadas ao Poder Judiciário e à sociedade como um todo, assumindo postura afrontosa e beligerante, asseverando, em suma, que está disposto a “matar e morrer” pelo crime”, declarou.
“Sullivan também sugeriu que tem contatos nas ruas desta cidade que podem executar seus ‘planos’ e se intitulou como ‘inimigo número 1 do Estado'”, enfatizou a magistrada.
Também participaram da audiência de custódia o promotor de Justiça Stefano Naves Boglione, a defensora pública Bianca Nascimento e um servidor do TJMG.
Providências
O TJMG disse, em nota, que está acompanhando o caso e “tomando as providências por meio do Gabinete de Segurança Institucional”.
“Todas as providências relacionadas à segurança da magistrada já foram tomadas, sem prejuízo das medidas a cargo da Autoridade Policial Civil e do Ministério Público”, informou.
Por Isadora Teixeira
Fonte: metropoles.com