Para isso, o Tribunal de Justiça (TJ) vai usar uma plataforma desenvolvida pela Microsoft que distorce a identidade de quem presidir as audiências, que serão todas virtuais. Os participantes também não vão conseguir identificar o gênero e as características pessoais dos magistrados.
Além disso, a nova tecnologia fará o reconhecimento facial de testemunhas. A inteligência artificial do novo sistema ainda será capaz de gravar as audiências com transcrição literal do conteúdo.
Além dos juízes, a vara estadual terá 35 servidores e servidoras e contará com a ajuda das polícias Civil e Militar. Inicialmente, o grupo já tem 2.087 processos para analisar, sendo 1.841 em andamento e outros 246 suspensos.
Segundo o desembargador Luiz Antônio Zanini Fornerolli, chefe da Corregedoria-Geral de Justiça (CGJ), a segurança dos magistrados vai melhorar as decisões judiciais do estado:
“Trabalhamos basicamente com quatro vetores nesta vara, que funcionam como catalisadores. Eficiência, que é o resultado da prestação judicial. Celeridade, porque o Judiciário é responsável por dar uma pronta resposta técnica à sociedade, de acordo com a legislação. Segurança jurídica, para que nós tenhamos uma cultura de decisões a respeito das organizações criminosas. E segurança dos operadores que vão trabalhar nessa unidade jurisdicional", declarou.
A vara estadual terá competência sobre todo o território catarinense e ficará em Florianópolis. Ela julgará as ações que envolvem os crimes praticados pelas organizações criminosas, mas há três exceções. São eles:
• processos de competência do Tribunal do Júri (júri popular);
• envolvendo violência doméstica;
• que tratam do juizado especial criminal (infrações penais de menor potencial ofensivo).
Processos por região
Conforme a Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ), a Grande Florianópolis conta o maior percentual de processos relacionados às organizações criminosas do Estado, na ordem de 30,1%. A região do Vale do Itajaí está em segundo lugar, com 22,08% dos casos (veja o mapa abaixo).
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Mapa mostra número de processos sobre organizações criminosas em Santa Catarina — Foto: TJSC |
Por Caroline Borges, g1 SC
Fonte: g1